sexta-feira, 26 de junho de 2009

Licenciamento preocupa sociedade civil

O licenciamento de uma fábrica de papel da Suzano na região de Nazária, próxima a Teresina (Piauí), deixou entidades civis cheias de dúvidas. A Rede de ONGs da Mata Atlântica, por exemplo, pediu uma reunião com a empresa e Ministério do Meio Ambiente onde seriam conhecidos detalhes do empreendimento e espera que a planta, se for mesmo instalada, se torne "um modelo para a região e para o setor". A necessidade de informações claras ganha força com declarações contraditórias de governo e empresariado sobre geração de empregos pelo projeto, mesmo modelo de discurso que levou à instalação de empreendimentos de qualidade ambiental duvidosa e com farta isenção fiscal no estado. A fábrica de papel precisará, também, de lavouras de árvores exóticas em boa quantidade para alimentar sua produção. Pelo menos outras duas plantas produtoras estão planejadas pela Suzano para o Nordeste, uma delas no Maranhão.

Fonte: O Eco

terça-feira, 23 de junho de 2009

Pode perder o selo FSC: Suzano terá manejo florestal reavaliado

O Programa Smartwood da Rainforest Alliance e o Imaflora realizam no período de 6 a 17 de julho, o processo de avaliação para recertificação FSC do Manejo Florestal da Suzano Papel e Celulose - Unidade Mucuri, instalada no sul da Bahia. A unidade tem área total de, aproximadamente, 186.562 hectares a ser submetida à avaliação para recertificação.

A avaliação segue as Diretrizes do Programa SmartWood da Rainforest Alliance e verificará a adequação do manejo florestal da Suzano Papel e Celulose - Unidade Mucuri aos Padrões Interinos Smartwood para Avaliação de Plantações no Brasil.

Durante o processo de avaliação, serão realizadas três Reuniões Públicas, abertas à sociedade, para que os interessados possam fornecer seus comentários sobre o processo de manejo e recertificação florestal.

As reuniões públicas acontecem no dia 10 de julho, em três locais: na FACTEF - Sociedade Educacional de Teixeira de Freitas, na Escola de Ensino Médio Jaci Ferreira dos Santos, em Mucuri, e na Escola de Ensino Médio Manuel Duarte da Cunha, em Pedro Canário, Bahia.

Celulose Online.

Imprensa golpista: crescimento de cidade no Piauí nada tem a ver com estabilidade econômica, mas eles insistem


Segue abaixo reportagem do Correio Braziliense, falando da cidade de São Raimundo Nonato, no sul do Piauí, uma das regiões mais pobres do Brasil.

Eles querem atrelar a estabilidade da moeda ao crescimento da cidade, mas uma coisa não tem nada a ver com outra, a própria reportagem denuncia, como podemos observar nas partes que destaquei em negrito.

Fiz alguns comentários em vermelho, ao longo do texto. A qualidade da reportagem é péssima, apesar da enorme oportunidade que houve de se conhecer a nova realidade do interior do Nordeste.

Os golpistas da grande mídia com essas e com outras mostram que cada vez estão mais decadentes e mais próximos da TIRAGEM ZERO, que é o fim que terão, se continuarem bajulando quem odeia o Brasil e os brasileiros.
15 ANOS DE ESTABILIDADE

Abraços e boa semana!
Sergio Telles

Link: http://www.portaldomeioambiente.org.br/pma/index.php?option=com_content&view=article&id=694



Era uma vez o bode que movia o real...

Link: www2.correioweb.com.br:80/cbonline/economia/pri_eco_253.htm

Vicente Nunes

São Raimundo Nonato (PI) — Havia quase cinco anos que Arismar Gomes Landim, 28 anos, tentava a sorte entre Brasília e São Paulo. Sem trabalho na sua cidade natal, a pequena São Raimundo Nonato, encravada aos pés da Serra da Capivara, no sul do Piauí, se dispôs a fazer de tudo um pouco nas duas capitais para tirar o dinheiro do pão de cada dia. Mas sua cabeça não saía da terra onde nasceu. Sabia que ali estava a oportunidade que vinha buscando. Sem nada fixo à vista, mesmo tendo aprendido tudo sobre jardinagem, há pouco mais de um ano guardou o pouco que tinha numa pequena sacola e voltou para perto da família. Até agora não se arrependeu.

A cidade que tinha deixado para trás se rendeu à febre que varreu o Nordeste e boa parte do país: a dos mototáxis. Como vários colegas, Arismar se aventurou a encarar um financiamento com prestações a perder de vista e comprou a moto que lhe rende entre R$ 800 e R$ 1 mil por mês. Seus passageiros vêm, principalmente, da zona rural e das 12 cidades que rodeiam São Raimundo Nonato. O município se transformou no grande polo econômico daquela que é considerada uma das regiões mais pobres do país. “A vida está bem melhor aqui. Tinha rodado muito por Brasília e São Paulo, mas não consegui nenhum emprego fixo que me desse segurança”, diz. “Agora, tenho a minha moto, sou credenciado pela prefeitura. Há perspectivas de melhora”, acrescenta.

A volta de Arismar à terra natal foi possível graças às profundas mudanças ocorridas na economia de São Raimundo nos últimos 15 anos. Desde que o Plano Real foi lançado, em julho de 1994, com a missão de debelar um crônico processo de hiperinflação, a cidade foi, aos poucos, deixando de ser dependente da criação de bode e da agricultura de subsistência, então as principais fontes de sustento das famílias locais. Hoje, há um comércio forte, liderado por algumas das maiores redes de varejo nordestinas. Os bancos estão ampliando as suas agências — as únicas, por sinal, num raio de centenas de quilômetros. O setor de turismo, que sempre capengou, apesar de a região abrigar um dos maiores sítios arqueológicos do mundo, dá sinais de vitalidade. Também mineradoras e produtoras de biocombustíveis decidiram fincar pé no entorno do município.

“A realidade aqui realmente é outra. Nesses anos de estabilidade econômica, as obras públicas foram ressurgindo, os bancos voltaram a dar crédito às pessoas e às empresas, a renda da população aumentou e abriu-se outras frentes de negócios, que permitiram a criação de mais postos de trabalho”, afirma o secretário de Infraestrutura, Cleisan Ribeiro de Negreiros. Para se ter uma ideia das mudanças ocorridas na estrutura econômica de São Raimundo, mais de 60% dos trabalhadores estão empregados no setor de serviços, que inclui o comércio e, claro, o de mototáxis. O índice de desemprego, que chegou a quase 30% no final dos anos 1990, está mais próximo da média do país, de 10%. “Muita gente que trabalhava no campo acabou sendo absorvida por essas novas frentes de trabalho”, ressalta o secretário.

Jegue é passado

Foi o caso de Juracy Ribeiro dos Santos, 48, que trocou a enxada pela direção de uma moto. Curiosamente, seus maiores clientes estão na zona rural. “Ninguém quer saber mais de andar de charrete ou em cima de um jegue. O negócio aqui é moto”, conta ele, que faz parte de um exército de 100 motoqueiros credenciados pelo governo local. Estima-se que, por semana, pelo menos 20 mil pessoas de fora de São Raimundo (que tem 31 mil habitantes) passem pela cidade em busca de algum serviço — saúde, educação, bancos, Justiça e comércio. “Nos três últimos dias da semana, o centro da cidade fica intransitável”, relata Lucas de Macedo Negreiros, presidente da Associação São Raimundense dos Empreendedores de Turismo, entidade que reúne hotéis, bares, restaurantes e similares. “Fica tudo lotado”, reforça.

Ou seja, se, há 15 anos, os dias de movimento se resumiam à semana de pagamento de aposentados e pensionistas da Previdência Social, agora, São Raimundo lucra com os salários pagos pela iniciativa privada, com os benefícios do Bolsa Família e, claro, com os bons rendimentos dos servidores públicos. “Somando os cargos da Prefeitura, do governo do estado e do governo federal, o setor público emprega quase 10% da população da cidade”, contabiliza o secretário municipal de Infraestrutura. “Nesses últimos anos, a União abriu unidades de atendimento ao público de vários órgãos, como a Receita Federal, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e o Sebrae”, emenda Lucas Negreiros.

Com o comércio tão ativo e a busca por serviços públicos cada vez maior, o empresário conta que a cidade está tendo de ampliar a sua capacidade de hospedagem. “O número de representantes comerciais e de funcionários públicos em trânsito é crescente. Nossa rede de hotéis e de pousadas já não está suportando o fluxo de pessoas, acrescidas pelos turistas”, diz. Ele próprio está finalizando um projeto para ampliar a sua pousada, a Zabelê. A meta é duplicar o número de quartos (17) e de leitos (43) ao longo do ano que vem. Os investimentos vão passar de R$ 1 milhão. O Hotel Serra da Capivara, pertencente ao governo do estado, abrirá, até o fim deste mês, mais 25 quartos — hoje, são 19. “De imediato, vamos disponibilizar mais 150 leitos ante os 300 já existentes”, destaca.

Sustento da tradição

Apesar de tantas transformações, Sidnaura Araújo, 31, mantém firme a tradição do sustento da família: a venda de carne de bode. A banca que ela abre tão logo o dia clareia é uma das mais movimentadas do Mercado Municipal. “Não posso reclamar de nada. Minhas vendas estão em alta. Se, há cinco anos, vendia cerca de 100 quilos de carne por dia, agora, são 200”, conta. Ela diz que a principal razão da procura crescente pelo bode é o aumento da renda. “Já não dependemos mais só dos aposentados, do ‘Dia dos Velhos’, quando saem as aposentadorias do INSS. A clientela cresceu bastante, há mais gente empregada — ela mesma, contratou três funcionários recentemente — e o salário mínimo aumentou”, assinala.

Outra vantagem, afirma Sidnaura, é o preço: em 15 anos, o quilo do bode passou de R$ 1,45 para R$ 7, um aumento de 382%, alta próxima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, de 342%, acumulada no período (a conta considera inflação de 0,3% em junho). “A carne de boi está mais cara e a carne de porco, quase ninguém quer por causa da gripe suína”, afirma. “Além disso, tem o hábito. Todo mundo sabe que a carne de bode é a mais saudável”, complementa a Galega, como é conhecida em toda a cidade.

Nem tudo, porém, é motivo para comemoração, diz Sidnaura. “Fazer compras no supermercado está complicado. Há alguns anos, com R$ 100 eu comprava muita coisa. Hoje, só o básico. Nada supérfluo”, comenta. Luxo, para ela, é o iogurte de que o filho mais velho, de 13 anos, tanto gosta e que, por ironia, foi um dos símbolos do plano que consolidou um bem do qual nenhum país pode abrir mão: a estabilidade econômica.

Fonte: 3Setor .

Projeto de turismo sustentável tem participação do Curso de Comunicação Social da a Uespi

Alunos do Curso de Comunicação Social da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) integram equipe executora do Projeto Mosaico, desenvolvido numa parceria entre o Ministério do Meio Ambiente, através do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) e a Fundação Rio Parnaíba (Furpa).

O projeto objetiva a promoção de condições básicas para o desenvolvimento do turismo sustentável na região da Serra da Ibiapaba, beneficiando 44 municípios, sendo 20 do Estado do Piauí e 24 do Ceará.

Essas cidades serão divididas em quatro zonas de estudo, cada uma com um município sede. São eles: Piripiri e Luís Correia, no Piauí, e Sobral e Ubajara, no Ceará. A escolha teve como critério a localização e infraestrutura para as ações do projeto.

Esse trabalho visa a elaboração do Plano de Desenvolvimento Territorial com Base Conservacionista (DTBC), através de diversas ações, como a produção de material impresso e de serigrafia, a realização de seminários para a apresentação do projeto nos municípios sedes das zonas de estudo, bem como a detalhar o perfil das atividades produtivas com potencial para o turismo sustentável, através de um questionário a ser aplicado junto aos principais atores sociais envolvidos nessas atividades.

Nesse aspecto, será realizado um levantamento sobre agricultura orgânica, agropecuária orgânica, cultivo de flores tropicais e temperadas, produção fitoterápica, produtos florestais madeireiros e não madeireiros, artesanato, apicultura orgânica com abelhas nativas e piscicultura.

Essas ações são importantes no sentido de conter as principais ameaças à biodiversidade, como o lixo, o corte ilegal de madeira, tráfico de animais silvestres e a caça predatória. Das cinco unidades inseridas no mosaico proposto, quatro são federais e uma estadual. São elas: Parque Nacional de Ubajara, Área de Proteção Ambiental da Serra da Ibiapaba, Floresta Nacional de Sobral, Parque Nacional de Sete Cidades e Área de Proteção Ambiental da Bica do Ipu.

*Foto: Ana Maria Costa
Fonte: Portal AZ

Procuradores vão ao sul do Piauí para discutir carvoarias


Procuradores do Ministério Público do Trabalho irão nesta semana ao sul do Estado para discutir o funcionamento de carvoarias. Nas audiências públicas em Corrente, nesta terça-feira, e Uruçuí, na quinta-feira, serão debatidas questões trabalhistas, sociais e ambientais relacionadas ao tema.


Além dos procuradores do Trabalho José Wellington de Carvalho Soares e Edno Moura Carvalho, participarão dos eventos representantes da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Procuradoria da República, e Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. Foram convocados donos de carvoarias, produtores rurais, trabalhadores e sindicalistas.

"Queremos que todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente se conscientizem da importância de se cumprir a legislação", explica o procurador José Wellington de Carvalho Soares, coordenador do Núcleo de Prevenção e Enfrentamento de Irregularidades Trabalhistas e Sociais na Atividade de Carvoarias, criado em outubro do ano passado no âmbito da Procuradoria Regional do Trabalho.


Para o procurador, é fundamental não apenas combater o trabalho em condições degradantes, mas também prevenir as irregularidades, conscientizando trabalhadores, empresas e as comunidades sobre a importância do cumprimento das legislações trabalhista e ambiental.

Desde a criação do Núcleo, que tem dois procuradores em Teresina e outros dois em Picos, a atividade de carvoerjamento estava presente em 28 municípios do Piauí, onde atuavam, 43 empresas, com 3,5 mil fornos em operação.

Da Redação
redacao@cidadeverde.com

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Usinas nucleares podem vir para o Piauí




Eletrobrás pretende escolher, no segundo semestre, a cidade nordestina que vai abrigar duas usinas nucleares de 1 mil megawatts cada, ao custo unitário de US$ 5 bilhões. A informação foi dada pelo presidente da holding das estatais do setor elétrico, José Antonio Muniz, em entrevista à agência Reuters.

A definição da cidade no Nordeste faz parte dos planos da Eletrobrás de aumentar a geração de energia elétrica no país. “Estamos trabalhando em mais de 40 mil megawatts no Brasil e vamos participar as grandes usinas que serão licitadas, como Belo Monte e Tapajós”, afirmou Muniz.

O executivo revelou que gostaria de ver as estatais controladas pela Eletrobrás unidas nos próximos leilões de hidrelétricas, mas admitiu que se o acionista majoritário - a União - desejar, as geradoras podem participar de até 4 consórcios para garantir competitividade nos leilões.

Os planos da Eletretrobrás incluem também o exterior. De acordo com o presidente da empresa, o negócio mais avançado nessa área é a usina hidrelétrica de Garabi, no Rio Uruguai, um projeto em parceria com a Argentina. “Estamos evoluindo para um conceito de construir duas usinas que vão dar 2.900 megawatts”, informou.

A construção de hidrelétricas no Peru ainda depende de estudos de viabilidade. Também está nos planos a construção e uma usina na Nicarágua, de 160 megawatts.

Matéria da Reuters, tirada do Setorial News de hoje (segunda, 22/6)

sábado, 20 de junho de 2009

Suzano pode trocar Nazária por Teresina


Executivos da empresa conversam nesta quinta-feira,18, com o prefeito Silvio Mendes. A Suzano não anda muito satisfeita com as garantias de apoio oferecidas pelo municipio de Nazária. Até o terreno para o viveiro de mudas ainda não foi definido. A consequência de uma eventual mudança pode acirrar ainda mais a já difícil relação administrativa entre os prefeitos Silvio Mendes e Ubaldo Nogueira. A Suzana planeja implantar o parque agroindustrial até 2014 e anuncia a geração de 2 mil empregos diretos.

Fonte: Cidade Verde

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Procurador da República pede suspensão audiência pública da Suzano

O Ministério Público Federal, através da Procuradoria da República recomendou a Secretaria Estadual do Meio Ambiente-SEMAR, que suspendesse a audiência pública sobre o empreendimento da empresa Suzano Papel e Celulose, a ser realizada hoje, 17/06 às 18h no Rio Poty Hotel. Segundo o procurador Tranvanvan Feitosa, a recomendação tem como parâmetro minuciosa analise feita por ele ao Estudo de Impacto Ambiental e ao Relatório de Impacto Ambietal-EIA/RIMA que, segundo o procurador, é preciso ser refeito por considerar incompleto.

Os argumentos listados pelo o procurador são, entre outros, a falta de menção sobre a proteção da Mata Atlântica na área de alcance do empreendimento, conforme prever a lei 11.428/06 e a licença oriunda do IBAMA, também previsto em lei. Ainda no expediente Tranvanvan Feitosa recomenda que a Suzano refaça o EIA/RIMA delimitando as áreas de plantio de eucalipto, de forma individualizada, com a necessária identificação das áreas de Mata Atlântica, afim de ser cumprido a lei.

Embora o procurador tenha feito a solicitação ainda ontem, 16/06 a SEMAR não acatou a recomendação, pelo o contrário, numa ação inédita para a ocasião, está investindo em peças publicitárias para divulgar a audiência.

O procurador explica que a Lei da Mata Atlântica veda o corte e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançados e médios de regeneração do Bioma, quando a vegetação abriga espécies da flora e da fauna silvestres ameaçadas de extinção, em território nacional ou em âmbito estadual, assim declaradas pela União ou pelos Estados e a intervenção ou o parcelamento puseram em risco a sobrevivência dessas espécies. E mais, quando a vegetação exerce a função de proteção de mananciais ou de prevenção e controle de erosão e outros.


Fonte: REAPI

domingo, 7 de junho de 2009

SUZANO NO MARANHÃO E NO PIAUÍ

Houve um tempo em que as pessoas conferenciavam com outras pessoas, em salas minúsculas ou espaçosas, sobre assuntos de amor, de doenças e de dinheiro. Os por fora dessas conferências acusavam as primeiras de tolas e as outras de charlatãs. Quem queria pegar pesado via nisso bruxaria. Algumas pessoas creditavam a toda sorte de crendices, mandingas e coisa e tal como forma de antecipar o que vinha pela frente. Quem leu a sorte na mão previu muita saúde, muito amor e muito dinheiro, o que claro contentava o cliente que pagava o valor da consulta com o maior prazer. As pessoas saiam reconfortadas das consultas para quem sabe voltar lá um dia.

Os avanços da tecnologia sobre a rotina das pessoas descredenciaram o tarô, os búzios, o horóscopo e etc. como formas de lerem as suas vidas em relação ao tempo. Muitas das previsões fracassaram no decorrer das vidas, mas poucos fariam questão de voltar ao "bruxo" para cobrar com juros o que foi pago na consulta. Podendo comprar utensílios domésticos de tecnologia de ponta, diferente do que faziam anteriormente, as pessoas fazem suas consultas por meio da internet. Quaisquer que sejam as consultas e sem precisar mostrar as caras ou esclarecer seus dados.

Tentar ler o tempo sempre tentou o homem. Seja o tempo natural ou o tempo mítico. Presumia-se que lendo o tempo através da natureza e, depois, através da arte, a humanidade esbanjaria sabedoria e riqueza pelos séculos que se forjariam. Essa forma de ver o mundo persiste ainda hoje, só que pela ótica da tecnologia e da informação jornalística e a tentação de ler o tempo consiste em tentar lê-lo na produção, na produtividade e no consumo, os quais sustentam a economia de qualquer país, exclamariam os mais afoitos. A "previsão do tempo" como vista na mídia, nos meios empresariais, na sociedade e nos modelos educacionais abre a possibilidade para os charlatães - aqueles que vendem sonhos travestidos de realidade.

Depois de ligeiros informes sobre a "previsão do tempo", sente-se um pouco de saudades dos charlatães à moda antiga do tipo que mandava flores e bombons para paparicar pobres viúvas, porque no final das contas as suas mentiras eram passageiras. De resto, um pouco de romantismo faz bem. A questão desse charlatanismo de "subúrbio" é que ele impede que se perceba a realidade em volta. Incumbiu-se dessa função e cumpre bem.

Ao endurecer a análise, o charlatanismo campeia por toda a sociedade, principalmente nos ambientes políticos - no nordeste brasileiro, pessoas "charlam" por aí. De certa forma, a Suzano Papel e Celulose "charlou" bastante pelo Baixo Parnaíba maranhense derivada de uma obscura promessa de instalação de uma unidade de processamento de celulose no município de Urbano Santos.

Os anos se passaram abestados, em Urbano Santos,São Benedito do Rio Preto, Belágua, Santa Quitéria, Mata Roma, Brejo, Anapurus, São Bernardo e Santana com relação aos quase cem mil hectares de terra grilados no Baixo Parnaíba maranhense e o projeto da fábrica. O Instituto de Terras do Maranhão consubstanciou várias informações em um relatório sobre as atividades da Suzano que comprovariam a grilagem em mais de 90% de suas ditas terras.

Em recente reunião em Teresina sobre seu projeto de plantio de mais de 160 mil hectares de eucalipto em 38 municípios piauienses, uma funcionária da Suzano frisou a responsabilidade da empresa no ato de adquirir terras, de que ela só compra terra legal, titulada e sem comunidades próximas. As áreas que ela pretende plantar eucalipto no Baixo Parnaíba maranhense são todas terras de posse e com comunidades morando lá dentro. Uma empresa terceirizada pela Suzano, assegurada por uma licença de desmatamento assinada pela secretaria de meio ambiente Telma no apagar das luzes do governo Jackson Lago, começou a desmatar florestas de bacurizeiro e pequizeiro em Santa Quitéria no mês de maio de 2009. As comunidades do pólo Coceira empataram os desmatamentos e depois houve uma reunião com os representantes da empresa em que ficou acertado que haveria todo um levantamento da origem das terras. Os representantes da Suzano aceitaram os termos. E não é que agora a empresa entrou com um pedido de reintegração de posse como se as comunidades fossem invasoras.

Mayron Régis, jornalista Fórum Carajás

Esse texto faz parte do programa Territórios Livres do Baixo Parnaíba, apoiado pela ICCO e realizado de forma conjunta com a SMDH, CCN e Fórum em Defesa do Baixo Parnaíba

Seguranças do governador tentam impedir protesto dos ambientalistas


Ambientalistas são constrangidos por seguranças e a polícia, durante a programação do Fórum Estadual de Mudanças Climáticas, nessa sexta-feira (05), Dia Mundial do Meio Ambiente. Os manifestantes fixaram faixas na entrada do cine teatro da Assembléia Legislativa, com frases denunciando os crimes ambientais praticados no estado com o consentimento das autoridades ambientais no Piauí.

Ao tentar segurar uma faixa de protesto dentro do auditório, os ambientalistas Dionísio Neto e Hugo Prado, foram interceptados de forma truculenta pelos seguranças do governador e policiais presentes. Eles tentaram tomar a faixa de forma agressiva, ameaçando processar os ativistas caso não a retirassem. “Resistimos as intimidações e conseguimos estender a faixa. Um deles, tentou tirar a faixa de nossas mãos de forma agressiva. Não conseguindo, eles se postaram ao nosso lado mandando que saíssemos”, conta Dionísio.

O protesto organizado pela Rede Ambiental do Piauí - REAPI, segundo eles, foi movido por uma série de crimes ambientais praticados por grandes empresários e políticos em todo o Estado e com a proteção dos órgãos ambientais. O mais grave deles são os desmatamentos das matas nativas para a produção de carvão vegetal destinado a indústria siderúrgica nacional. “Enquanto o mundo todo está se voltando para proteger nossos recursos naturais, o governo do Piauí estimula a destruição. Nem mesmo as catástrofes das enchentes no Estado, servem de lição para nossos governantes.”, disse Hugo Prado.


Os ambientalistas contestam o aumento do número de licenciamentos ambientais para carvoarias expedidos pela Secretaria do Meio Ambiente – SEMAR, e o relacionamento do governador Wellington Dias, com grandes empresas. “É clara a relação do governo com os empresários do ramo do carvão e da siderurgia. No site do TSE, se pode verificar inclusive, graciosas doações da Companhia Siderúrgica Nacional, para a reeleição do governador, no valor de 150 mil reais, vale ressaltar a CSN é a maior indústria siderúrgica do Brasil e da América Latina e uma das maiores do mundo”, disse Dionísio.


A retaliação a ação dos ambientalistas durante Fórum de Mudanças Climáticas do Piauí se deu pela distribuição de um panfleto exigindo explicações para a tragédia na barragem Algodões I, no município de Cocal, e por terem aberto faixas no evento contendo as seguintes frases: “Abaixo a Máfia do Carvão; Desmatamento, Destruição das Matas Ciliares, Produção de Carvão Vegetal, Governo do DESMATAMENTO.

Fonte: Rede Ambiental do Piauí - REAPI