quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Serra Vermelha ameaçada pelos interesses políticos

No sul do Piauí está localizada a Serra Vermelha, a qual possui uma importante floresta brasileira, que é considerada um ecótono, com presença de três biomas: caatinga, mata altântica e cerrado. Estudos do Ministério do Meio Ambiente – MMA apontam que a região é uma área prioritária para a preservação, e existia na época da ex-ministra, Marina Silva, o interesse por parte do MMA de se criar mais uma Unidade de Conservação no Brasil, mas o governador do Piauí, Wellington Dias, vetou a criação do Parque Nacional, juntamente com o ICMbio favorecendo novamente as inúmeras carvoarias.

A reunião para decidir o futuro da Serra Vermelha foi realizada a portas fechadas na sede do governo do Piauí, nesta última segunda-feira (08), com a participação do governador, IBAMA, e do presidente do ICMbio, Rômulo Melo. Na pauta estavam a Serra Vermelha, revisão do mapa da mata atlântica no Piauí e da criação do projeto de conservação do peixe-boi no litoral piauiense.

O governador está fazendo manobras para evitar a criação do Parque, sendo que na primeira delas ele deseja retirar o Piauí da Mata Atlântica, e a outra é fazer com que o presidente Lula assine um decreto, no próximo dia 05 de março, que amplia o Parque Nacional Serra das Confusões em 193 mil hectares, com isso deixará de fora mais de 300 mil hectares da Serra Vermelha, beneficiando assim, empresários que devastam terras públicas para a produção de carvão destinados as siderúrgicas e estimulando o trabalho escravo.

A região continua sendo desmatada, pois a fiscalização é insuficiente e existe má vontade dos órgãos competentes em proteger a biodiversidade da região. Além da grande repercussão negativa na mídia nacional e internacional o governo insiste em entregar a área para grandes empresas destruidoras, como é o caso da JB Carbon, cujo projeto Energia Verde foi paralisado pela Justiça Federal. O fato comoveu a sociedade brasileira, mas projetos parecidos podem voltar ameaçando a maior parte da floresta.

O movimento ambiental no país tem se mobilizado e apoiado a criação do Parque Nacional com uma campanha em defesa da Serra Vermelha, organizada pela Rede Ambiental do Piauí e importantes ONGs como a Fundação Rio Parnaíba. Mas o movimento ambiental teme pelo pior, pois o governador do Piauí foi financiado na última eleição pelo ramo da siderurgia e está comprometido com os interesses destas empresas. O fato pode ser comprovado nas contas de campanha política no site do TSE, onde o governador do PI recebeu 150 mil reais da Companhia Siderúrgica Nacional - CSN. A criação da UC fere os interesses de grandes empresas poluidoras ligadas ao ramo.

A região abriga diversas espécies ameaçadas de extinção a exemplo do primata bugio, da anhuma e da onça pintada, e com a não criação do Parque a floresta pode desaparecer ainda mais depressa.

Por Dionísio Neto
Rede Ambiental do Piauí – REAPI

O EMBALO DA SUZANO : VENENO NAS CHAPADAS DE ANAPURUS, BAIXO PARNAIBA MARANHENSE

O EMBALO DA SUZANO : VENENO NAS CHAPADAS DE ANAPURUS, BAIXO PARNAIBA MARANHENSE

Dado o atual senso comum-bizarro que predomina no e domina o processo social e econômico no Brasil e, por emenda parlamentar, no Maranhão também, quem quer lucrar com seus projetos deve ir no embalo, seja embalado pelo canto das sereias ou dos cisnes que hipnotizam ou suavizam os ouvintes ou os dançantes, ou seja embalado na nova linha de papéis da Suzano Papel e Celulose.

"Os embalos de sábado a noite continuam" nas esferas locais, estaduais, regionais e nacionais e por essa razão a Suzano se cobre de razão ao cobrar do governo do Maranhão que as suas licenças de desmatamento na região Tocantina e na região dos Cocais disparem o mais rápido possível, senão ela vai disparar rapidamente para o estado Tocantins com sua fábrica de celulose, onde se obtém com mais facilidade as licenças ambientais.

As áreas, que a Suzano pretende desmatar ou já desmata no Baixo Parnaiba maranhense, cerca de 40 mil hectares em Urbano Santos, Anapurus e Santa Quitéria, foram sacramentadas no mês de maio de 2009 pela então secretária de meio ambiente Telma Travincas numa só canetada. Só mesmo a Suzano, a secretaria de meio ambiente do Maranhão e o Fórum em Defesa do Baixo Parnaiba sabem que essas licenças existem.

A sociedade civil, em sua maior parte, desconhece quem assinou e quais áreas serão desmatadas. Esse foi o teor da conversa em Currais, município de Mata Roma, e Campestre, município de Anapurus. O senhor Euclides, que toma conta de uma área do senhor Garreto, relatou que nada sabia de desmatamento da Suzano naquela parte da Chapada. O Maciel, seu neto, fora informado por acaso que tratores estavam parados na comunidade de Veredas prontos para o abate do Cerrado. A Suzano pouco informa. O senhor Valcimar informou que funcionários da Suzano deixaram pacotes de veneno na Chapada e quando chove esses pacotes explodem soltando veneno para todo lado. As pessoas que coletam bacuri e pequi na Chapada correm riscos desconhecidos, como frisou um dos netos do senhor Euclides.

A Suzano quer plantar 60 mil hectares de eucalipto na região tocantina e região sudoeste do Maranhão. A empresa bateu esse número faz tempo e devia estar preparada para as costumeiras contrariedades do licenciamento ambiental. Contudo, ela vai no embalo como acontece no Piaui onde o governo conseguiu que o Instituto Chico Mendes revisse as áreas de Mata Atlântica no estado.

Mayron Régis, assessor Fórum Carajás

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Parque Nacional da Serra Vermelha é vetado pelo governador do PI e ICMBIO

Governador do Piauí e o Ministro do Meio Ambiente através do ICMBIO, vetaram a criação do Parque Nacional da Serra Vermelha que estava previsto a sua efetivação desde a época da ex-ministra Marina Silva. Como é ano eleitoral e o governador já foi financiado na última eleição de 2006 pelo ramo da siderurgia, segundo o TSE, e ele está agora liquidando a conta da campanha, pois mais de 300 mil hectares de mata atlântica, caatinga e cerrado poderão se transformar novamente em carvão vegetal. Um verdadeiro GOLPE contra a biodiversidade do nordeste. O complô foi todo montado nesta segunda-feira dia 08 de fevereiro de 2010, no Palácio de Karnak, sede do governo, com grande presença da mídia. Mas os ambientalistas do piauí estiveram lá, mesmo sem serem convidados e censurados pelo governo realizaram protestos.



Vejam a repercussão da imprensa local.