sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Correio Brasiliense publica matéria sobre a Serra Vermelha

Ampliação de parque no Piauí deixa de fora área defendida por ecologistas

Gabriela Lima

Publicação: 24/12/2010 08:00 Atualização: 24/12/2010 02:46

Desmatamento na Serra Vermelha: árvores derrubadas para produzir carvão (André Pessoa/Esp. CB/D.A Press)
Desmatamento na Serra Vermelha: árvores derrubadas para produzir carvão

O destino de um santuário ecológico que abriga a última floresta do semi-árido nordestino, no sul do Piauí, tornou-se motivo de embate, com organizações não governamentais e ambientalistas de um lado e políticos e empresários do outro. Conhecida como Serra Vermelha, a área de transição entre Cerrado, Caatinga e remanescentes de Mata Atlântica abriga animais ameaçados de extinção, como a onça pintada, a suçuarana, o tamanduá-bandeira e a arara-azul-de-lear.


Para proteger uma área de mais de 300 mil hectares (equivalente a cerca de 3 mil km² ou seis vezes a área do Plano Piloto), ecologistas lutam há quatro anos pela criação do Parque da Serra Vermelha. Mas, em vez de atender a reivindicação, o Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio) do Ministério do Meio Ambiente (MMA) acertou com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semar) a ampliação de uma reserva situada ao lado, o Parque Nacional da Serra das Confusões. Pela aquisição das terras, o ICMBio pagará R$ 150 milhões ao governo piauiense.


O problema é que a ampliação do Parque da Serra das Confusões não contempla a parte considerada de maior biodiversidade pelo próprio MMA. O presidente do ICMBio, Rômulo Mello, admite que o traçado da reserva abrange um platô coberto por Caatinga e deixa de fora os baixões (vales que cortam a chapada), onde está a vegetação de maior porte. “Não é o ideal, não é o que nós sonhamos, mas é o possível”, justifica.


O “possível” está longe do que querem os ambientalistas, frustrados com a decisão. “Não há necessidade de ampliar o Parque Serra das Confusões, que já é o maior do Nordeste com 502 mil hectares e nenhuma infraestrutura. O que nós queremos é uma nova unidade de conservação que proteja a Serra Vermelha de forma integral”, reclama Tânia Martins, representante da Rede de ONGs da Mata Atlântica no grupo de trabalho criado para discutir a implantação juntamente com membros da Semar e do ICMBio. Com isso, Confusões, como o parque é conhecido, passará a ter 802 mil hectares, o equivalente a uma vez e meia a área do Distrito Federal.


Tânia denuncia que o novo projeto abrangendo áreas antropizadas (modificadas por ação humana), com criação de gado e plantação de caju, sem contemplar aquela considerada remanescente de Mata Atlântica. Segundo ela, a manobra tem como objetivo beneficiar a carvoaria JB Carbon. A empresa é dona de 81.179 hectares de terra na região, tenta implantar o projeto Energia Verde, um plano de manejo florestal que consiste na derrubada de árvores para a fabricação de carvão.


Segundo Mello, o terreno ocupado pela empresa foi retirado do projeto a pedido do governo do Piauí, por meio da secretaria estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. “A criação de um parque é sempre um processo exaustivo de negociação”, explica Mello. O ex-governador do estado e senador eleito, Wellington Dias (PT), nega a interferênica. A reportagem tentou contato com a JB Carbon e não obteve resposta.


A briga contra a permanência da empresa na Serra Vermelha teve início em 2006, quando ambientalistas descobriram que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) havia autorizado o desmatamento de 78 mil hectares na região de ecótono (encontro entre os biomas Caatinga, Cerrado e remanescente da Mata Atlântica). O Projeto Energia Verde dividia a área em 13 partes. A cada ano, um desses lotes sofreria o corte monitorado, o que permitiria a regeneração das árvores. Na época, foi considerado o maior plano de manejo florestal sustentável e renovável de biomassa do país. No entanto, o que se viu foi um desmatamento indiscriminado.


O Ministério Público Federal entrou com ação civil pública para impedir a derrubada das árvores. Com a repercussão do caso, o Ministério do Meio Ambiente determinou, na gestão da ministra Marina Silva, a paralisação do projeto. Posteriormente, o suposto plano de manejo acabou anulado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede em Brasília.


Na decisão, a desembargadora federal Selene Maria de Almeida argumentou que o Energia Verde não constitui plano de manejo florestal sustentável porque adota o sistema de exploração de talha rasa, com corte de 100% da vegetação. A juíza destacou a existência de animais endêmicos (que só existem no local) e a tendência à desertificação devido à fragilidade do solo no semi-árido. A serra, rodeada de densa mata nativa, fica bem ao lado do Núcleo de Desertificação de Gilbués, um dos maiores e mais preocupantes do país.

A polêmica

Apesar das irregularidades constatadas no projeto, o ponto mais discutido por quem trata do tema é o tipo de vegetação. Na decisão, a desembargadora Selene Maria de Almeida argumenta que metade da área ocupada pelo projeto da JB Carbon é recoberta por floresta estacional decidual, um remanescente da Mata Atlântica.

Sua proteção está amparada na Lei nº 11.428/2006, pelo Decreto nº 750/93 e pela resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) nº 26/94. Selene cita como base para esta caracterização o mapa da vegetação do Brasil feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2004. “O governo do Piauí não aceita classificar aquela área como Mata Atlântica”, disse o presidente do ICMBio, Rômulo Mello. Segundo ele, o Ministério do Meio Ambiente solicitou ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nova pesquisa para tirar a dúvida. Mello garantiu que se os estudos comprovarem que há remanescente de floresta decidual no sul do Piauí, a preservação da mata voltará a sebr discutida.

"O animal mais precioso”

Senador eleito em outubro deste ano, o ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT) nega interferência no processo em favor do projeto Energia Verde. “Não tenho nenhuma relação com a JB Carbon. As únicas áreas de baixão que tratei com a Secretaria do Meio Ambiente são aquelas habitadas há muitas décadas, algumas há mais de um século”. Para Dias, a preservação não pode prejudicar os pequenos agricultores e moradores da região. Ele defende que os nativos sejam preparados para conviver com a unidade de conservação, em vez de removidos para a criação do parque. “O animal mais precioso do planeta é o ser humano”, argumenta.

O ex-governador classifica a possibilidade da existência de floresta decidual do estado como “uma fantasia”. “Se é para fazer o parque, vamos fazê-lo. Mas um parque de Caatinga, pois é o que tem lá. Hoje, há uma grande luta para proteger esse bioma, que também está ameaçado”, disse o político. Ele garantiu ainda que a nova área de preservação terá toda estrutura necessária.

Crédito especial

Na noite de quarta-feira (22/12), o Congresso Nacional aprovou o repasse, por meio de crédito especial (PLN nº 39), de R$ 150 milhões para o Ministério do Meio Ambiente indenizar o governo do Piauí pela ampliação do Parque Nacional Serra das Confusões. O dinheiro entrará no orçamento do ICMBio para a aquisição de 299.600 hectares de terras públicas estaduais. No entanto, representantes da Fundação Rio Parnaíba (Furpa) dizem que o governo não tem o domínio desses terrenos. Segundo o presidente da Furpa, Francisco Soares, parte da área está ocupada por pequenos produtores e grileiros. Segundo o presidente do ICMBio, o montante só será repassado caso o governo do Piauí comprove a titularidade das terras.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Senado aprova crédito para ampliação da Serra das Confusões

Aconteceu um absurdo. Senadores aprovaram o pagamento de 150 milhões de reais para o Governo do Piauí, e deixaram de fora a região da Serra Vermelha que deve virar carvão.

Foi aprovado ainda o PLN 39/10, abrindo em favor do Ministério do Meio Ambiente, crédito especial de R$ 150 milhões para o pagamento de indenização ao governo do Piauí pela ampliação do Parque Nacional da Serra das Confusões. A área, de 299,6 mil hectares, abriga sítios arqueológicos e, segundo o Ministério do Meio Ambiente, é necessária à preservação de ecossistemas do parque.



Portal Cidade Verde censura matéria sobre a Serra Vermelha


O Portal da Cidade Verde deletou matéria publicada na terça-feira (21), o texto trazia informações sobre o debate no Senado sobre a Serra Vermelha, na pesquisa do google a matéria aparece, mas ficou salva em cache pelo google, enquanto do portal Cidade Verde (um dos mais lidos no Piauí) deletou a matéria. Veja:


terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Ampliação de parque custa mais caro do que investimentos em Guaribas

O repasse de R$ 150 milhões para o Governo do Piauí ampliar o Parque Nacional Serra das Confusões (localizada no município de Caracol - PI), destaque da revista Época desse semana, é superior a tudo que foi investido em infraestrutura durante os oito anos do Governo Lula no município de Guaribas, símbolo do Programa Fome Zero. A informação é da Rede Ambiental do Piauí (REAPI)

A jornalista Tânia Martins, coordenadora da Rede, fez o levantamento de tudo que foi investido em infraestrutura no pequeno município piauiense. Os dados foram repassados para o jornal Folha do Meio Ambiente, de Brasília, que deve publicar matéria sobre esses dados na próxima edição.

Pelos levantamentos da REAPI, tudo que foi investido em infraestrutura (saneamento, pavimentação, construção de prédios públicos, estadas, entre outras obras), somam quase R$ 50 milhões. Estão inclusos na conta repasses dos Governos Federal e Estadual durante os dois mandatos do presidente Lula e do ex-governador Wellington Dias (PT).

Esses números são exclusivos de investimentos em infraestrutura, deixando de lado os benefícios repassados as famílias contempladas pelo programa Fome Zero. "Chegamos aos dados fazendo o levantamento das obras realizadas no município, e todas eles somadas não chegam aos R$ 50 milhões", disse o jornalista Dionísio Neto, também coordenador da REAPI.

O Parque da Serra das Confusões foi criado em 1998, quando o Estado doou à União uma área de 500 mil hectares. Os R$ 150 milhões que o Governo do Piauí deverá receber são uma compensação financeira pela área desapropriada para a ampliação do parque.

O principal crítica ao projeto é que as áreas ambientalmente mais ricas foram excluídas do plano de proteção, beneficiando carvoarias instaladas na região.

Fonte: Portal AZ

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Serra Vermelha em Perigo

Governo manobra para manter projeto de carvão em Serra Vermelha. Esquema montado para conseguir R$ 150 milhões do governo para o MMA escondeu do Congresso crimes como grilagem de terras

Tânia Martins, de Teresina

13 de Dezembro de 2010

O novo enredo do caso Serra Vermelha, a última floresta do semi-árido nordestino, no Sul do Piauí, aponta para uma vitória dos políticos e empresários destruidores da natureza. Na última semana, uma comissão mista (Senado e Câmara) do Congresso Nacional aprovou crédito suplementar para o Ministério do Meio Ambiente, de R$ 150 milhões. Teoricamente o recurso seria destinado a pagamento de fazendeiros, políticos e empresários que dizem possuir terras nas proximidades do Parque Nacional Serra das Confusões, para ampliar o Parque Nacional Serra das Confusões. Mas, infelizmente, o sonho dos ambientalistas de salvar uma grande parte da vegetação nativa, caracterizada como um ecótono entre Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, vai ficar de fora. É o trecho de floresta que engloba o projeto Energia Verde.

"A beleza da biodiversidade contrasta com uma ocupação predatória arrancando a floresta para fazer carvão. Um crime ambiental, esta é a verdade!"
Biólogo Francisco Soares



O projeto foi montado na Secretaria Estadu­al do Meio Ambiente do Piauí (SEMAR), com o apoio do ex-governador Wellington Dias (PT) e a participação institucio­nal do MMA, Ibama e ICMBio.
Dia 25 de novembro, durante a reunião do Conama, em Brasília, o biólogo Francisco Soares, presidente da Fundação Rio Parnaiba (Furpa), disse pessoalmente ao presidente do ICMBio, Rômulo Mello, que o Instituto havia prestado um des­serviço à biodiversidade brasileira quando defendeu a permanência da empresa JB Carbon, na Serra Vermelha.
Para Francisco Soares, essa área é a mais rica do ponto de vista biológico, tudo comprovado por uma série de estudos técnicos e científicos. "No entanto - explica Soares - contrariando inúmeros relatórios técnicos de profissionais do próprio MMA e do ICMBio, através da Secretaria de Biodiversidade, o Instituto praticou uma irresponsabilidade dessas".

Moção de repúdio
Ainda durante a reunião do Conama, o representante da FURPA-Fundação Rio Paraíba apresentou uma moção de repúdio ao ICMBio e conseguiu a assinatura de todos os representantes da sociedade civil. Em sua resposta, o presidente Rômulo Melo tentou se justificar alegando que aprovou a permanência da empresa JB Carbon porque existe uma indefinição em relação à existência do bioma Mata Atlântica na região. Porém, sua tese foi derrubada em seguida por João de Deus, um técnico do próprio Ibama, que confirmou a presença da Mata Atlântica no mapa oficial do IBGE.
"Conseguimos desmoralizá-lo publicamente num espaço que reunia representantes de entidades ambientalistas do país inteiro", reafirma Francisco Soares, que diz ter ficado satisfeito com o resultado, mas muito decepcionado com o presidente Rômulo Melo que não conseguiu justificar a amplia­ção do Parque Nacional Serra das Confusões.
"Pelo mapa desenhado pela Semar está evidente a proteção à empresa que pode destruir um dos trechos mais importantes para a conservação da biodiversidade local". E mais grave de tudo isto, denuncia o biólogo: "As fazendas não valem R$ 150 milhões.
Os protestos não param. A comunidade ambientalista do Piauí está se movimentando para tentar impedir a consolidação dessa transação. ?Estamos pedindo uma intervenção federal no caso, inclusive por ser a área foco de grilagem de terras públicas?, informou o representante da Fundação Rio Parnaíba.
"Esse é um momento importante, pois a Polícia Federal está investigando a grilagem de terras na região e já realizou, inclusive, a prisão de dez pessoas envolvidas em casos de grilagem, entre eles políticos e até um juiz", garantiu o representante da Furpa.

Fonte: Folha do Meio Ambiente

domingo, 19 de dezembro de 2010

Vídeo sobre a Serra Vermelha

Assistam o vídeo sobre a Serra Vermelha:

Desmatamento em Teresina na Avenida Zequinha Freire




Para tentar não chamar a atenção da população uma grande queimada proveniente de um desmatamento foi feita neste domingo (19), na Avenida Zequinha Freire, próximo a Faculdade Novafapi.

Segundo moradores na área verde existiam muitos ipês e árvores frutíferas. E na área desmatada devem construir prédios. O interessante é que eles não aproveitaram nenhuma árvore sequer.




sábado, 18 de dezembro de 2010

Matéria de Revista Época sobre a Serra Vermelha

Esta mata não precisa de proteção?
Numa decisão inédita, o governo concordou em pagar R$ 150 milhões ao Piauí para ampliar uma área de conservação. Mas o trecho mais importante ficou de fora
RICARDO MENDONÇA
André Pessoa
André Pessoa
AMEAÇA
Os paredões forrados de mata na Serra Vermelha (foto maior), que fica fora da ampliação do parque, e os fornos de carvão provisoriamente embargados da JB Carbon (acima)

A pedido do presidente Lula, a comissão mista do Congresso aprovou um crédito de R$ 150 milhões para o Ministério do Meio Ambiente indenizar o governo do Piauí pela futura ampliação do Parque Nacional da Serra das Confusões, um dos maiores do país, no sul do Estado, com 502.000 hectares. Seria razoável supor que ambientalistas, ongueiros e outros defensores da natureza estivessem comemorando a decisão, pois a medida deverá incorporar 336.000 hectares aos limites atuais da Serra das Confusões. A iniciativa, porém, tem causado muito mais revolta que festa. O motivo é que uma região próxima, ambientalmente mais rica, preservada e sob ameaça de devastação, a Serra Vermelha, foi excluída do plano de proteção.

A Serra Vermelha é uma área de transição entre o Cerrado e a Caatinga com remanescentes de Mata Atlântica, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A imagem acima, do fotógrafo e ambientalista André Pessoa, mostra um de seus trechos: um cânion com paredões forrados por um manto verde ainda fechado. A região, a última floresta preservada do Semiárido, é objeto de estudos e, desde os anos 80, empreendem-se campanhas por sua proteção. Tem ainda, segundo os pesquisadores, a maior biodiversidade do Nordeste. Em fevereiro de 2006, o Conselho Nacional do Meio Ambiente solicitou levantamentos técnicos para a transformação da Serra Vermelha em parque nacional. Entre as justificativas mencionou a presença de “importantes mananciais e grande diversidade biológica” e alertou sobre a atuação de grileiros em trechos que pertencem à União e ao Piauí. Todas essas considerações foram deixadas de lado na ampliação da Serra das Confusões.

De acordo com Dionísio Carvalho Neto, da ONG Rede Ambiental do Piauí, a principal ameaça à Serra Vermelha são as carvoarias. Há alguns anos, com uma licença antiga do Ibama, a empresa JB Carbon instalou 300 fornos num trecho da Serra Vermelha. Depois de derrubar uma parte da mata, a empresa foi denunciada numa reportagem da TV Globo e teve suas atividades embargadas por decisão da Justiça Federal. Apesar de recursos contra o embargo já terem sido negados, a decisão pode ser mudada a qualquer momento. Na proposta de ampliação da Serra das Confusões, a área reivindicada pela JB Carbon para a produção de carvão, 78.000 hectares, ficou fora dos limites do parque.

Outro fato que tem causado polêmica na ampliação da Serra das Confusões é o pagamento de R$ 150 milhões ao Piauí. Indenizações a proprietários particulares que comprovem presença regular em terras desapropriadas são comuns. Mas desde 1937, quando foi criado o primeiro dos mais de 70 parques nacionais, essa é a primeira vez que um Estado da Federação recebe pela desapropriação. Outro fato incomum é o pagamento antecipado. As indenizações a particulares costumam demorar anos para sair, pois dependem de comprovações de posse nem sempre claras ou confiáveis.

Segundo o presidente do Instituto Chico Mendes (ICMBio), Rômulo Mello, a operação foi uma forma de compensar um Estado pobre. “O governo local disse que queria leiloar a área para expansão agrícola. Foi uma negociação muito intensa. E foi aí que chegamos ao acordo da indenização.” Teme-se, porém, que a iniciativa abra precedente para que outros Estados reivindiquem indenizações retroativas.

Segundo estudiosos, a área excluída do parque é a de maior biodiversidade da Região Nordeste

No documento em que o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, explica a Lula as razões do aporte de R$ 150 milhões está escrito que o dinheiro será entregue ao governo do Piauí. Em declarações à imprensa local, porém, o secretário do Meio Ambiente do Piauí, Dalton Macambira, já disse que parte da indenização seria destinada a proprietários particulares da região. O documento assinado por Paulo Bernardo é usado pelos ambientalistas como prova da falta de cuidado técnico do governo na ampliação da Serra das Confusões. Bernardo diz que a área da ampliação precisa ser protegida da exploração do “carvão mineral”. Mas esse é um tipo de atividade praticamente inexistente no Brasil. O carvão usado na região é “vegetal”, para abastecer siderúrgicas. E a área mais ameaçada por esse carvão é justamente a que ficou fora da ampliação.

Macambira questiona a ocorrência de Mata Atlântica na região excluída da ampliação. “Não há estudo que comprove isso”, diz. “O mapa do IBGE (sobre Mata Atlântica) é um absurdo.” Segundo ele, uma parte da Serra Vermelha não entrou no plano de ampliação “para não prejudicar alguns municípios que ficariam totalmente dentro do parque, o que prejudicaria os trabalhadores rurais e o extrativismo”.

Rômulo Mello, do Instituto Chico Mendes, diz que o governo solicitou ao IBGE um refinamento de seus estudos para determinar se a Serra Vermelha excluída da ampliação é mesmo ocupada por Mata Atlântica. “Essa ampliação que ficou acertada foi a proposta possível. Nem sempre a gente consegue tudo”, diz ele. “Se for possível, voltaremos a fazer uma nova ampliação no futuro.” A confusão em torno da Serra das Confusões promete continuar.

   Reprodução

























quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Sustentabilidade Energética em sua Vida

Consumo Consciente - Energia Elétrica

Consumo Consciente
Sustentabilidade Energética em sua Vida

Fonte:http://blogvejaavida.blogspot.com/

Continuando com esse assunto extremamente polêmico, irei começar hoje, com umas dicas sobre Consumo Consciente, mais especificamente com o assunto Energia Elétrica. Ou seja, irei falar sobre tudo aquilo que precisamos ligar na tomada para que funcione! Vocês podem estar se perguntando, mas onde está toda a discussão do consumo, bens materiais, consumo de matéria prima, etc.? Pois bem, esse é exatamente o meu ponto, deixarei estes bens PALPÁVEIS de lado, e vou entrar em um mundo invisível a princípio, e que a primeira vista, não nos parece um bem de consumo. Mas é e maior do que possam imaginar!



Você, hoje, viveria sem energia elétrica???

Difícil, não é mesmo? E toda essa energia, você, de alguma forma PAGApor ela. Seja na sua conta de luz em casa ou pagando a taxa de iluminação pública, você está consumindo energia elétrica. As dicas que irei postar aqui é pra que você possa minimizar seu impacto ambiental, melhorando o consumo de energia elétrica. Hoje serão 15 dicas!

A grande maioria das dicas que irei postar aqui foram retiradas de uma cartilha da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Paraná, outras de blogs pela internet.

Consumo Consciente de Energia Elétrica:

1- Pensando em sua casa, faça um auditoria energética em sua rede elétrica, com isso você poderá saber exatamente como está seu consumo e o que pode ser melhorado!
Por experiência própria, pode sair mais barato contratar um profissional pra te ajudar nessa auditoria, do que continuar gastando de forma errada!
2 - No trabalho ou em casa, acostume-se a apagar as luzes que não estão sendo utilizadas.
Se ninguém está utilizando o ambiente, não tem porque deixar as luzes acesas.
3 - Utilize lâmpadas de baixo consumo de energia. As lâmpadas frias consomem quase 1/3 a menos de energia do que as incandescentes, e tem a grande vantagem de durar até 10x mais tempo!
As lâmpadas fluorescentes (frias) são excelentes para ambientes como cozinhas, banheiros, lavanderias, áreas externas e churrasqueiras. Embora, na minha opinião, elas podem ser usadas em qualquer lugar!
4 - Use menos água quente. Aquecer água consome muita energia!
5 - Tome banho com água morna, e no verão, com água fria. Além de ser mais consciente é mais saudável para o corpo.
6 - Tome banho de chuveiro e, de preferência, rápidos. Um banho de banheira consome até 4x mais energia e água do que um banho normal!
Isso sem falar naqueles divertidos e intermináveis banhos de mangueira! Eles podem ser divertidíssimos, mas são um desperdício só!
7 - Compre um ventilador. Na grande maioria das vezes ele é suficiente para refrescar o ambiente, e gasta absurdamente menos que um ar condicionado.
Lógico que não posso ser extremista aqui, quem mora em uma cidade muito quente um ventilador não da conta, e um ar é quase necessário. Mas temos que entrar em um acordo, não é sempre que a situação está insuportável! Pra esses dias, um ventilador funciona bem!
8 - Porém, se você for utilizar um ar condicionado, sempre verifique se ele esta bem regulado e troque seus filtros com frequência, assim você não estará gastando mais energia do que o necessário.
Quando não tem ninguém no ambiente, não faz sentido algum ter um ar condicionado ligado. Isso é válido para outros ambientes também, como a sua casa.

9 - Caso utilize ar condicionado em seu trabalho, e seu uso for imprescindível, desligue-o na hora do almoço e uma hora antes do final do expediente.
Quando não tem ninguém no ambiente, não faz sentido algum ter um ar condicionado ligado. Isso é válido para outros ambientes também, como a sua casa.

10- Na hora de comprar um eletrodoméstico, escolha os mais eficientes, de baixo consumo energético e que possuem o selo Procel, Conpet (nacionais) ou Energy (internacional)
11 - Sempre que for possível, construa sua residência com rede 220v, ou faça uma rede para os eletrodomésticos de maior consumo, como secadoras, freezers, geladeiras, etc., pois a corrente é bem mais elevada na rede elétrica de 110V, com isso, é necessário fios mais grossos, elevando o custo da construção ou manutenção da sua rede elétrica. Além disso, estes fios esquentam mais e possuem uma resistência maior, ocasionando perda de energia. (fonte: BlogPlus)
12 - Não deixe seus aparelhos eletrônicos em stand by (ligados, mas sem utilização), eles consomem energia sem necessidade.
13 - Desligue ou tire da tomada todos os eletrodomésticos que não estiverem sendo utilizados.
Não deixe batedeiras, liquidificadores, grills, fornos elétricos e outros aparelhos ligados a rede elétrica quando não estão sendo utilizados, o simples fato da luz do painel estar acesa já é desperdício de energia.
14 - Deixe seu celular carregar somente o necessário, não deixe ele ligado carregando a noite toda. Lembre-se de tirar o carregador da tomada quando terminar de carregar, ele também gera energia mesmo sem seu celular conectado.
15 - Economize energia colocando um agasalho ao invés de ligar um aquecedor. E, se for ligar um aquecedor, ligue em uma rede de 220v. Ligá-lo em uma rede 110v irá superaquecer os fios com maior facilidade e desperdiçar muita energia.

Isso aí pessoal!!!! Vou deixar 2 vídeos com vocês hoje, um vídeo que me emociona muito toda vez que assisto devido a união das pessoas por uma causa nobre: A Hora do Planeta. O segundo vídeo também é sobre a hora do planeta, porém explicando como funciona, prestem atenção!

EU ESTOU DO LADO DA NATUREZA!!!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Fósseis novos foram desenterrados no Rio Poty e ameaçam desaparecer.

Em minhas andanças pela Parque Municipal Floresta Fóssil do Rio Poti encontrei o fóssil de uma árvore que foi desenterrada pela chuva e pelo Rio Poti durante a última enchente. Espero que ele não suma com a próxima enchente.

O taxidermista-museógrafo, Genivaldo Camelo de Castro, está tentando viabilizar junto ao IPHAN a autorização para a retirada do fóssil para o Museu Taxidérmico - Centro de Ciências Interativas "Casa de São José", haja visto que a Floresta Fóssil é um patrimônio Nacional tombado.

Genivaldo informou ainda que a Floresta Fóssil é do Período Permiano sendo anterior ao Era dos Dinossauros. Segundo a ciência esses espécimes pertenciam a uma floresta petrificada de Idade Permiana, associados à Formação Pedra de Fogo, na qual se destacavam o grupo das Pteridófitas (da divisão Pteridospermophyta, Classe Cycadoxyleae Steward) denominado de Teresinoxilon Eusébioi (homenagem ao paleontólogo Dr. Euzébio de Oliveira e a cidade de Teresina).

A paleoflora de Teresina e de suas regiões vizinhas apresenta traços de uma grande floresta, cujos elementos representativos figuram entre espécimes de grupos extintos definitivamente do planeta, como as Pteridospermófitas, ou espécimes pertencentes a grupos que não possuem distribuição natural em nossa região, como as pteridófitas e gimnospermas (que não são nativas). Vale salientar que o paleoambiente, onde encontramos esses elementos, diferia completamente do ambiente atual. Na avaliação dos pesquisadores, a área de Teresina, na Era Paleozóica, poderia ter abrigado uma grande praia.

Estudos são feitos desde 1909 até hoje, mas a ação do tempo, e principalmente, do homem estão fazendo desaparecer essa riqueza histórica.

Saiba mais sobre o Parque Municipal Floresta Fóssil do Poti no link abaixo:

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

FUNÁGUAS perde o último prazo contra BUNGE


Caros Ambientalistas,

Não podemos ficar calados num momento em que uma multinacional fica autorizada a queimar lenha nos cerrado do Piauí definitivamente:
Hoje tomamos conhecimento de que a Fundação Água do Piauí - FUNÁGUAS perdeu o último prazo para apresentar contra-razões aos recursos interpostos pela BUNGE Alimentos.
A Fundação já não havia recorrido da decisão do TRF 1a Região em que a Relatora equivocou-se entre lenha certificada e guia do IBAMA (DOF), permitido o uso de madeira nativa.
Na mesma ocasião o Presidente da ONG Judson Barros pediu desistência dos Embargos que deveriam elucidar o equívoco.
A última possibilidade acabou e o processo foi definitivamente EXTINTO no último dia 10 de dezembro.
Só para lembrar, foram muitas as denúncias de acordo entre a BUNGE e o Judson e agora mais um indício de que onde há fumaça há fogo.
À propósito juntamente com a extinção do processo, parece que extingui-se também a FUNÁGUAS que só tinha Site e endereço. www.funaguas.org.br

Como o Site está fora de área, parece que só sobrou mesmo o endereço.
VEJA OS DADOS PROCESSUAIS:

PODER JUDICIARIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1A REGIAO

PROCESSO: 0005456-86.2003.4.01.4000 (2003.40.00.005451-0)

DATA: 10-DEZ-2010
PARTE(S): INTERESSADO: MINERACAO GRAUNA LTDA
INTERESSADO: BUNGE ALIMENTOS S/A
APELADO: UNIAO FEDERAL
APELADO: INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS
NATURAIS RENOVAVEIS - IBAMA
APELADO: ESTADO DO PIAUI
APELADO: MINISTEIRO PUBLICO FEDERAL
APELADO: MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO PIAUI
APELANTE: FUNDACAO AGUAS DO PIAUI - FUNAGUAS

DESCRICAO: CONTRA RAZOES NAO APRESENTADAS AO RESP/RE

Piauí lança plano de recursos hídricos com protesto

Por Ana Franco*
Portal O ECO




Na frente do palácio do governo, ambientalistas e ONGs ligadas a Rede Ambiental do Piauí protestam contra a possível indicação de Macambira para continuar à frente da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (foto: Ana Franco)


Teresina - O governo do Piauí, apresentou na última sexta (10), seus planos estaduais para gerenciamento de recursos hídricos e combate à desertificação. Wilson Martins (PSB), governador reeleito, prometeu aumentar a disponibilidade de água e solucionar de vez os problemas de escassez no estado. Mesmo assim, do lado de fora do Palácio Karnak, ambientalistas denunciaram o descaso da administração em relação aos recursos naturais e protestaram contra a possível indicação do atual secretário, Dalton Macambira, para continuar à frente da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

"Nós temos um acúmulo de água doce invejável", disse o governador do Piauí na apresentação do Plano Estadual de Recursos Hídricos (foto Ana Franco)

Com panfletos e faixas de protesto, ambientalistas e ONGs ligadas a REAPI (Rede Ambiental do Piauí) manifestaram a insatisfação com a atuação do governo em relação às questões ambientais e a posição contrária à permanência de Dalton Macambira no cargo de secretário de meio ambiente. “A atual gestão de Meio Ambiente não realizou absolutamente nada que fosse de acordo com a proteção dos recursos naturais do Piauí, muito pelo contrário, está ajudando a dilapidar os recursos naturais.”, denunciou Tânia Martins, coordenadora geral da REAPI.

Os manifestantes se queixaram de que o governo nunca se preocupou em proteger os biomas do estado, ricos por agregar Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, e denunciaram a presença ilegal de carvoarias em áreas que deveriam ser de proteção ambiental. Segundo eles, o poder público tem sido omisso inclusive no combate à desertificação e não tem compromisso com a gestão dos recursos hídricos. Os ambientalistas vêm cobrando insistentemente, desde 1997, providências para resolver o problema de abastecimento de água no Piauí.

Já há oito anos à frente da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Dalton Macambira garante que os problemas de recursos hídricos poderão ser reduzidos nos anos de atuação do novo governo, isso se “as políticas públicas previstas para o plano apresentado forem adotadas”. O atual secretário afirma ainda que “o plano casa duas coisas: as obras necessárias para enfrentar o problema do abastecimento e a necessidade de uma gestão adequada.” Coincidentemente, ou estrategicamente, o Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH-PI) foi apresentado no Piauí às vésperas da definição de uma nova gestão.

Apostando em obras hídricas e programas de sustentabilidade, o PERH-PI prevê mais abastecimento com menos impactos ambientais e sociais. Milcíades Gadelha, Diretor de Recursos Hídricos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente explicou que “o plano sugere obras estruturantes como construção de barragens e sistemas de irrigação e de adutoras, mas para ser implementado deve haver uma sinergia entre as convenções nacionais de combate a desertificação”.

Deserticação

Dalton Macambira, secretário estadual de Meio Ambiente há oito anos, é apontado por ambientalistas como lider de uma gestão favorável à destruição da natureza. (foto: Ana Franco)

A idéia seria executar as obras do plano de recursos hídricos em congruência com o Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação (PAE-PI), já que as áreas atingidas pelo processo de desertificação são também as mais carentes de recursos hídricos. Dessa forma, os dois projetos teriam os seguintes pontos em comum: redução da pobreza e da desigualdade; ampliação sustentável da capacidade produtiva; conservação, preservação e manejo sustentável dos recursos naturais e; gestão democrática e fortalecimento institucional.

O planejamento de ações com potencial transformador, como o PERH e o PEA, concentram espectativas de melhores condições para as regiões que há tanto tempo sofrem a escassez de recursos naturais essenciais à subsistência como consequência da degradação ambiental. Mas apesar de todas as garantias apresentadas nos planos, o Piauí não possui um histórico de ações governamentais efetivas sobre as questões ambientais que abarque suas necessidades. Neste caso, a dependência da execução dos planos à gestores e cargos carimbados certamente seria um fator prejudicial à finalidade de políticas no Estado.

“A situação do Piauí é caótica em termos ambientais, e nós não podemos ficar calados diante desse problema.”, diz a ambientalista Tânia Martins. Os manifestantes afirmaram que vão continuar cobrando ações efetivas em relação às questões ambientais no Piauí e prometem jogar duro para que o novo governo não mantenha a mesma gestão da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

*Ana Franco é repórter em Teresina