segunda-feira, 30 de junho de 2008

O “efeito grito” contra a Ditadura Ambiental

O Piauí atualmente vive um momento de “Ditadura Ambiental”.


Imagem: GRENIPE


Protesto em frente ao Paláci de Karnak


O movimento ambientalista no Piauí é feito por um pequeno grupo de pessoas, mas novos personagens começam a aumentar e fazer parte deste processo. Foi o que pude registrar, nesta última sexta-feira (24), durante uma mobilização pela salvação do planeta. A iniciativa foi do Grêmio Estudantil Nilo Peçanha do CEFET e da Rede Ambiental do Piauí – REAPI após palestras no auditório da instituição sobre meio ambiente com voluntários da rede.

Como acadêmico de jornalismo, e principalmente, ambientalista, pude participar deste “ato semente”, o auditório estava cheio com mais de 250 estudantes, e após as palestras os estudantes decidiram ir até as ruas de Teresina semear protestos contra a destruição do meio ambiente piauiense.

O Piauí atualmente vive um momento de “Ditadura Ambiental”, pois as iniciativas são tomadas apenas na esfera governamental, enquanto a participação dos movimentos sociais durante as decisões não são colocadas nem em segundo plano. Mas esquecem eles (políticos) que como na ditadura militar sempre irão surgir ideologias diferentes gerando ações diretas e verdadeiras, a exemplo do Movimento Estudantil da década de 60, que colaborou para a derrocada do regime ditatorial. Mais recentemente no caso Serra Vermelha o Governo do Estado do Piauí junto com o IBAMA viabilizaram a destruição de 78 mil hectares de uma das mais importantes biodiversidades do planeta, só que o problema é que eles esqueceram de um grupo articulado e ideologicamente forte, os ambientalistas.

Cartazes e faixas denunciam
Lutar pela causa ambiental no Piauí é tarefa dura, principalmente, quando o indivíduo questiona alguma forma de desenvolvimento. Vale citar aqui Francisco Alves Mendes Filho, o seringueiro ambientalista Chico Mendes, que usou seu próprio corpo para proteger a floresta Amazônia contra os projetos devastadores, onde muitas vezes foi acusado por fazendeiros e políticos locais de prejudicar o "progresso" em 1987. Após 20 anos aqui no Piauí ainda se perpetua esse pensamento por lideranças políticas e empresariais de que ambientalista faz terrorismo contra o desenvolvimento.

Será que esses novos personagens que se manifestam não ruas com faixas, apitos, cartazes e gritos de justiça fazem parte de uma nova tendência de revolução no Piauí bem como no planeta?

Creio que com tantas catástrofes ambientais acontecendo, e cansado de ouvir as pessoas reclamarem nas paradas de ônibus do calor, irá aparecer alguém gritando contra essa situação, e desse “efeito grito” haverá alguma pessoa que o chame de idiota, mas sempre existe várias outras na parada de ônibus com calor e de ouvidos atentos.

Estudantes pedem justiça
O “efeito grito” foi expresso nesta sexta-feira por cartazes, faixas e vozes de jovens estudantes contra o “desenvolvimento a qualquer custo” aplicado como uma injeção letal pelo atual governo em parceria de deputados. Os cartazes traziam as seguintes mensagens: “Soja destrói o Cerrado, Serra Vermelha quase se foi. Qual será a próxima governador, Carvão não é desenvolvimento, Fora BUNGE e JB Carbon, Fora Dalton MAUcambira (secretário de meio ambiente), Deputados do Piauí querem destruir a Serra Vermelha, Mamona não é comida” e outros. Os manifestos foram colocados na frente do Palácio de Karnak.

O dito desenvolvimento para o Piauí com a produção de soja, mamona, cana e carvão causam a formação destas frases, e com certeza outras mobilizações ainda maiores surgirão, pois o aumento destas supostas práticas desenvolvimentistas devastam sem retorno. E a Terra não vai querer saber quem foi bom, ou mal, enfim, todos pagarão na mesma moeda.

Paulo Zotollo, presidente da multinacional Philips, foi infeliz em seu comentário a respeito do Piauí, mais infeliz ainda, é termos que aceitar o Piauí ser transformado em uma “grande caieira” beneficiando multinacionais que só trazem riquezas para gringos e gaúchos.

O planeta vai dar a resposta em breve. Catástrofes maiores estão por vir devido a falta de consciência das pessoas e principalmente pela INCOMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA desses ditos lideres.