segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Avatar fascina pelos efeitos, mas também pela “culpa ecológica”

É preciso ver pra crer. Como não levo a sério as dicas dos outros sem conferir, fui encarar o filme Avatar, do cineasta James Cameron, neste final de semana no Teresina Shopping. Em meio a um bombardeio publicitário sobre a ousadia do filme, é necessário ser um “tomeista” de plantão para não sair da sala de cinema arrependido por assistir aos filmes-pipocas lançados por Hollywood. Mas, Avatar, o longa-metragem mais caro do cinema, não é um filme de deixar o queixo caído, mas sem dúvida é fenomenal.


O longa me tocou não por suas técnicas revolucionárias, que criou personagens virtuais em três dimensões, mas pela sua forte mensagem de como a humanidade está tratando o planeta.




Em Avatar não há um tom didático ou engajado, já que as imagens valem por mil palavras. Uma das cenas que mais me chocou foi à derrubada da árvore sagrada e o choro coletivo de uma nação para aquela destruição. Era como se aquela árvore fosse parte deles, como se fosse um ser como eles.


A novidade em Avatar é a sua floresta bioflurescente com plantas que emitem luz multicoloridas, lugar inabitado para os humanos e que tem seres parecidos com dinossauros, predadores, e criaturas assustadoras. O magnetismo da selva são também os belos humanóides azulados e esguios que se conectam com animais e plantas.


A história de "Avatar" é ambientada no século 22 (ano de 2154) e mostra um grupo de humanos de olho em um valioso mineral encontrado no planeta Pandora, habitado por uma raça humanóide nativa chamada Na'vi. O longa mostra um ex-soldado tetraplégico e amargo, que perdeu os movimentos das pernas em combate, que se alista para a exploração do planeta Pandora.


Assistindo ao filme, lembrei de uma entrevista de James Cameron e ele dizia sobre Avatar: “Quero criar um sonho que possa ser sonhado coletivamente em uma sala de cinema”. A trama é simples e previsível, em alguns momentos meloso, mas planta uma semente, já que estamos brigando por pré-sal, enfrentando apagões com crise energética, mortes por rompimento de barragem, o filme pode despertar para o fenômeno da degradação ambiental e as calamidades naturais.




O filme é pivô de uma mudança em Hollywood que promete revolucionar o mercado cinematográfico com sua superprodução de mais de R$ 230 milhões, o mais caro da história do cinema.




Guerra ao terror

Mas, Cameron é persistente e impressiona pela sua metáfora sobre o futuro do planeta, as guerras, as queimadas, os desmatamentos, a culpa ecológica. O fraco contra os fortes. Resistência. Não é um filme “ecochatices”. Ele dá um tapa com luva de película no desencanto ao imperialismo armado, simula a guerra ao terror e se as imagens da invasão ao planeta Pandora lhe remeterem as ocupações no Iraque e Afeganistão, não se assuste, pois são meras semelhanças.

Veja aqui a trilha sonora de Avatar


A cantora Leona Lewis com "I see you" (canção tema do filme)

Vá ao cinema e se prepare para ver cenas extasiantes, mas não deixe de perceber que somos fortes, temos armas, tecnologia, mas a força da natureza é implacável...Avatar, sem sobra de dúvida, é um alerta para o que está acontecendo conosco, na Terra. E não pense que a saga é coisa de filme-catrástrofe, futurista, ou de Nostradamus. É real...

Yala Sena

domingo, 13 de dezembro de 2009

Quatro frases que fazem o nariz do Pinóquio crescer o texto circulou creditado a Eduardo Galeano

1 – Somos todos culpados pela ruína do planeta.

A saúde do mundo está feito um caco. ‘Somos todos responsáveis’, clamam as vozes do alarme universal, e a generalização absolve: se somos todos responsáveis, ninguém é. Como coelhos, reproduzem-se os novos tecnocratas do meio ambiente. É a maior taxa de natalidade do mundo: os experts geram experts e mais experts que se ocupam de envolver o tema com o papel celofane da ambiguidade. Eles fabricam a brumosa linguagem das exortações ao ‘sacrifício de todos’ nas declarações dos governos e nos solenes acordos internacionais que ninguém cumpre. Estas cataratas de palavras – inundação que ameaça se converter em uma catástrofe ecológica comparável ao buraco na camada de ozônio – não se desencadeiam gratuitamente. A linguagem oficial asfixia a realidade para outorgar impunidade à sociedade de consumo, que é imposta como modelo em nome do desenvolvimento, e às grandes empresas que tiram proveito dele. Mas, as estatísticas confessam. Os dados ocultos sob o palavreado revelam que 20 por cento da humanidade cometem 80 por cento das agressões contra a natureza, crime que os assassinos chamam de suicídio, e é a humanidade inteira que paga as consequências da degradação da terra, da intoxicação do ar, do envenenamento da água, do enlouquecimento do clima e da dilapidação dos recursos naturais não-renováveis. A senhora Harlem Bruntland, que encabeça o governo da Noruega, comprovou recentemente que, se os 7 bilhões de habitantes do planeta consumissem o mesmo que os países desenvolvidos do Ocidente, “faltariam 10 planetas como o nosso para satisfazerem todas as suas necessidades.” Uma experiência impossível.

Mas, os governantes dos países do Sul que prometem o ingresso no Primeiro Mundo, mágico passaporte que nos fará, a todos, ricos e felizes, não deveriam ser só processados por calote. Não estão só pegando em nosso pé, não: esses governantes estão, além disso, cometendo o delito de apologia do crime. Porque este sistema de vida que se oferece como paraíso, fundado na exploração do próximo e na aniquilação da natureza, é o que está fazendo adoecer nosso corpo, está envenenando nossa alma e está deixando-nos sem mundo.

2 – É verde aquilo que se pinta de verde.

Agora, os gigantes da indústria química fazem sua publicidade na cor verde, e o Banco Mundial lava sua imagem, repetindo a palavra ecologia em cada página de seus informes e tingindo de verde seus empréstimos. “Nas condições de nossos empréstimos há normas ambientais estritas”, esclarece o presidente da suprema instituição bancária do mundo. Somos todos ecologistas, até que alguma medida concreta limite a liberdade de contaminação.

Quando se aprovou, no Parlamento do Uruguai, uma tímida lei de defesa do meio-ambiente, as empresas que lançam veneno no ar e poluem as águas sacaram, subitamente, da recém-comprada máscara verde e gritaram sua verdade em termos que poderiam ser resumidos assim: “os defensores da natureza são advogados da pobreza, dedicados a sabotarem o desenvolvimento econômico e a espantarem o investimento estrangeiro.” O Banco Mundial, ao contrário, é o principal promotor da riqueza, do desenvolvimento e do investimento estrangeiro. Talvez, por reunir tantas virtudes, o Banco manipulará, junto à ONU, o recém-criado Fundo para o Meio-Ambiente Mundial. Este imposto à má consciência disporá de pouco dinheiro, 100 vezes menos do que haviam pedido os ecologistas, para financiar projetos que não destruam a natureza. Intenção inatacável, conclusão inevitável: se esses projetos requerem um fundo especial, o Banco Mundial está admitindo, de fato, que todos os seus demais projetos fazem um fraco favor ao meio-ambiente. O Banco se chama Mundial, da mesma forma que o Fundo Monetário se chama Internacional, mas estes irmãos gêmeos vivem, cobram e decidem em Washington. Quem paga, manda, e a numerosa tecnocracia jamais cospe no prato em que come. Sendo, como é, o principal credor do chamado Terceiro Mundo, o Banco Mundial governa nossos escravizados países que, a título de serviço da dívida, pagam a seus credores externos 250 mil dólares por minuto, e lhes impõe sua política econômica, em função do dinheiro que concede ou promete. A divinização do mercado, que compra cada vez menos e paga cada vez pior, permite abarrotar de mágicas bugigangas as grandes cidades do sul do mundo, drogadas pela religião do consumo, enquanto os campos se esgotam, poluem-se as águas que os alimentam, e uma crosta seca cobre os desertos que antes foram bosques.

3 – Entre o capital e o trabalho, a ecologia é neutra.

Poder-se-á dizer qualquer coisa de Al Capone, mas ele era um cavalheiro: o bondoso Al sempre enviava flores aos velórios de suas vítimas... As empresas gigantes da indústria química, petroleira e automobilística pagaram boa parte dos gastos da Eco 92: a conferência internacional que se ocupou, no Rio de Janeiro, da agonia do planeta. E essa conferência, chamada de Reunião de Cúpula da Terra, não condenou as transnacionais que produzem contaminação e vivem dela, e nem sequer pronunciou uma palavra contra a ilimitada liberdade de comércio que torna possível a venda de veneno.

No grande baile-de-máscaras do fim do milênio, até a indústria química se veste de verde. A angústia ecológica perturba o sono dos maiores laboratórios do mundo que, para ajudarem a natureza, estão inventando novos cultivos biotecnológicos. Mas, esses desvelos científicos não se propõem encontrar plantas mais resistentes às pragas sem ajuda química, mas sim buscam novas plantas capazes de resistir aos praguicidas e herbicidas que esses mesmos laboratórios produzem. Das 10 maiores empresas do mundo produtoras de sementes, seis fabricam pesticidas (Sandoz-Ciba-Geigy, Dekalb, Pfizer, Upjohn, Shell, ICI). A indústria química não tem tendências masoquistas.

A recuperação do planeta ou daquilo que nos sobre dele implica na denúncia da impunidade do dinheiro e da liberdade humana. A ecologia neutra, que mais se parece com a jardinagem, torna-se cúmplice da injustiça de um mundo, onde a comida sadia, a água limpa, o ar puro e o silêncio não são direitos de todos, mas sim privilégios dos poucos que podem pagar por eles. Chico Mendes, trabalhador da borracha, tombou assassinado em fins de 1988, na Amazônia brasileira, por acreditar no que acreditava: que a militância ecológica não pode divorciar-se da luta social. Chico acreditava que a floresta amazônica não será salva enquanto não se fizer uma reforma agrária no Brasil. Cinco anos depois do crime, os bispos brasileiros denunciaram que mais de 100 trabalhadores rurais morrem assassinados, a cada ano, na luta pela terra, e calcularam que quatro milhões de camponeses sem trabalho vão às cidades deixando as plantações do interior. Adaptando as cifras de cada país, a declaração dos bispos retrata toda a América Latina. As grandes cidades latino-americanas, inchadas até arrebentarem pela incessante invasão de exilados do campo, são uma catástrofe ecológica: uma catástrofe que não se pode entender nem alterar dentro dos limites da ecologia, surda ante o clamor social e cega ante o compromisso político.

4 – A natureza está fora de nós.

Em seus 10 mandamentos, Deus esqueceu-se de mencionar a natureza. Entre as órdens que nos enviou do Monte Sinai, o Senhor poderia ter acrescentado, por exemplo: “Honrarás a natureza, da qual tu és parte.” Mas, isso não lhe ocorreu. Há cinco séculos, quando a América foi aprisionada pelo mercado mundial, a civilização invasora confundiu ecologia com idolatria. A comunhão com a natureza era pecado. E merecia castigo. Segundo as crônicas da Conquista, os índios nômades que usavam cascas para se vestirem jamais esfolavam o tronco inteiro, para não aniquilarem a árvore, e os índios sedentários plantavam cultivos diversos e com períodos de descanso, para não cansarem a terra. A civilização, que vinha impor os devastadores monocultivos de exportação, não podia entender as culturas integradas à natureza, e as confundiu com a vocação demoníaca ou com a ignorância. Para a civilização que diz ser ocidental e cristã, a natureza era uma besta feroz que tinha que ser domada e castigada para que funcionasse como uma máquina, posta a nosso serviço desde sempre e para sempre. A natureza, que era eterna, nos devia escravidão. Muito recentemente, inteiramo-nos de que a natureza se cansa, como nós, seus filhos, e sabemos que, tal como nós, pode morrer assassinada. Já não se fala de submeter a natureza. Agora, até os seus verdugos dizem que é necessário protegê-la. Mas, num ou noutro caso, natureza submetida e natureza protegida, ela está fora de nós. A civilização, que confunde os relógios com o tempo, o crescimento com o desenvolvimento, e o grandalhão com a grandeza, também confunde a natureza com a paisagem, enquanto o mundo, labirinto sem centro, dedica-se a romper seu próprio céu.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

REAPI diz que o Piauí está mal representado em Copenhague

A Rede Ambiental do Piauí – REAPI divulga nota expondo que o Piauí está mal representado na Conferência do Clima (COP -15), pois o movimento afirma que o secretário de meio ambiente, Dalton Macambira, o qual representa o governador, é um dos maiores “predadores” da biodiversidade piauiense.

Para o coordenador de mobilização social da REAPI, Dionísio Neto, a COP-15 é um marco histórico para manter a vida e o equilíbrio do planeta, mas ele afirma que o Piauí estará mal representado na Conferência, e que o governo apresenta muitas inverdades sobre proteção ambiental.

“É um absurdo que o Governo do Estado divulgue para a população piauiense que 80% de nossas florestas estão protegidas, e gostaríamos de saber onde está esse estudo que prova isso. Acreditamos que nem 50% está protegido. ”, enfatizou Dionísio.

Ainda ressaltou que as propagandas veiculadas na mídia são pra iludir a população na tentativa de mascarar a destruição, durante o período da Conferência do Clima, visto também, que o Piauí já é um destaque negativo mundialmente pelo fato da desertificação em Gilbués.

“A SEMAR afirma que o combate a desertificação na região de Gilbués é um modelo a ser seguido, mas um modelo destruição que beneficia apenas empresários da mineração de diamantes vindos de outros países, e também um suposto primo do vice-governador do Piauí de nome, Heraldo Martins. ”, disse.

A REAPI ainda lançou a quarta campanha pela Serra Vermelha em novembro, apontando o governador, Wellington Dias, e o secretário, Dalton Macambira, como os principais predadores da biodiversidade da região, pois a área está sendo entregue para a produção de carvão para as siderúrgicas. Lembrou ainda que esse favorecimento de carvoarias no estado se deve por que o governador foi favorecido financeiramente durante as últimas eleições, a exemplo da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN, a qual fez a maior doação em dinheiro nas últimas eleições segundo o site congresso em foco. (http://congressoemfoco.ig.com.br/Noticia.aspx?id=12672)

“Não existe compromisso com o clima e muito menos com as gerações futuras, daqui a alguns anos o governador vai estar nos veículos de comunicação pedindo desculpas por contribuído com a destruição de nossa maior riqueza, que é a biodiversidade, a qual movimenta nossa economia e qualidade de vida.”, concluiu.

Fonte: Assessoria REAPI

Campanha Tic Tac Tic Tac no Piauí

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Brasileiros preocupados com aquecimento global

Brasileiros preocupados com aquecimento global

Pesquisa feita pelo Senado revela que o aquecimento global preocupa a grande maioria dos brasileiros.

O brasileiro está consciente do processo de mudanças climáticas que atinge o planeta. É o que aponta pesquisa nacional realizada pela Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública (Sepop) do Senado Federal, que ouviu os cidadãos sobre o aquecimento global. Para 99% dos entrevistados, o clima no mundo está mudando e a temperatura está se tornando mais quente. 79% se disseram muito preocupados com o assunto. 90% dos moradores da Região Norte disseram acreditar que, em um futuro próximo, irão sofrer conseqüências negativas com o aquecimento do planeta.

Para 68,9% dos entrevistados, o aquecimento global é resultado da interferência do homem no meio ambiente. 64% dos brasileiros, porém, mostraram desconhecer o peso que as queimadas e o uso irregular do solo têm na emissão de gases de efeito estufa pelo Brasil.

Quando indagados sobre a responsabilidade pelo aquecimento global, 56% disseram que a culpa é de um grupo de países. 44%, porém, afirmaram que todos os países devem ser responsabilizados pelo problema. Quanto ao papel do Brasil, 50% responderam que o país contribui muito para o aquecimento. Já 48% acreditam que o Brasil contribui pouco para as mudanças climáticas.

A pesquisa contou com 1.551 entrevistas com pessoas maiores de 16 anos entre os dias 18 de novembro e 1º de dezembro. Feita por telefone em 81 municípios representativos de todas as regiões do país, a pesquisa tem margem de erro de 3% para mais ou para menos.


(Envolverde/Agência Senado)