quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Primata que abriga o semi-árido piauiense corre risco de desaparecer


Por falta de habitat o macaco bugio-preto (Alouatta Caraya), que vive no semi-árido piauiense, está ameaçado de extinção.

Mapeamento realizado em 31 municípios no Sul do Piauí mostra que há poucos registros do primata na região. Os pesquisadores do Centro de Proteção de Primatas Brasileiros (CPB) observaram também que os poucos indivíduos sobreviventes estão pressionados pela caça e pela descontinuidade das matas ciliares.

“O isolamento provocado pela fragmentação das matas ciliares - locais onde vivem - é o principal motivo que ameaça levar essa espécie à extinção”, alertam os pesquisadores Marcos Fialho e Juliana Ferreira. De pelagem inteiramente negra ou marrom-escura nos machos e marrom-amareladas nas fêmeas, essa espécie de primata é conhecida também como carajá, guariba, guariba-preto.
Todos os registros do bugio-preto realizados entre 2005 e 2008 ocorreram durante as expedições à região do Alto Parnaíba, na bacia do rio Gurguéia, e nas drenagens pertencentes à Bacia do Rio São Francisco, ao sul da Serra Vermelha e da Serra da Capivara.

Os dados de campo da pesquisa realizada no Piauí sugerem que a ocorrência do bugio-preto está restrita às matas ciliares e às suas proximidades, bem como aos boqueirões - regiões úmidas existentes no semi-árido e em outras regiões tanto do Cerrado como da Caatinga.

O estudo elaborado pelos analistas ambientais Marcos Fialho e Juliana Ferreira foi apresentado no I Seminário de Pesquisa e Iniciação Científica do ICMBio. O trabalho dos pesquisadores constata, porém, que o bugio-preto não é a única espécie que corre risco de desaparecer. Dos mais de 130 táxons de primatas brasileiros existentes, 26 estão ameaçados de extinção. Desses, dez estão “Criticamente em Perigo”, seis “Em Perigo” e dez “Vulneráveis”, conforme classificação da Lista de Espécies Ameaçadas do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

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