Alguns dados merecem atenção. É o caso de uma questão sobre cidadania. Quase 40% dos estudantes das escolas públicas identificaram o exercício da cidadania à condição de consumidor. Apenas 19% dos entrevistados em escolas particulares responderam o mesmo.
Igualar cidadania a consumo é tudo o que o capitalismo quer. No entanto, a resposta faz sentido. Em geral, as pessoas são valorizadas pelo que têm. Não em relação a como agem e o que defendem como valores, idéias, convicções. Natural que os estudantes mais pobres sintam-se distantes da cidadania na mesma medida em que estão longe do mercado consumidor.
Ao mesmo tempo, a participação restrita oferecida de cima para baixo. A política eleitoral que nos convoca ao ato solitário e escondido do voto. Esta, torna-se cada vez mais uma gincana publicitária. Mais um dos circuitos em que circulam produtos para consumo.
Tudo isso parece muito ruim. Ainda mais, quando falamos de jovens. Por outro lado, as contradições sociais nem sempre se deixam canalizar apenas pelos caminhos que o sistema de dominação impõe.
O caráter superficial da disputa eleitoral e o acesso restrito ao consumo podem levar a juventude pobre e explorada a descobrir a cidadania que lhe interessa. Aquela da revolta e da contestação coletiva e organizada.
Mais detalhes: http://www.puc-rio.br/pibic/relatorio_resumo2009/relatorio/soc/mariana_b.pdf
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