quinta-feira, 28 de abril de 2011

Cooperativa de compostagem na Costa do Sauípe/BA é a primeira do Brasil a ter documento publicado na ONU

Por Cláudia Moreira

O documento de concepção (Project Design Document - PDD) do projeto Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da Cooperativa de Reciclagem e Compostagem da Costa dos Coqueiros - Verdecoop foi publicado, em 06 de abril, no site da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e segue aberto para manifestações e contribuições até o dia 06 de maio.

A publicação, uma exigência do Protocolo de Quioto, representa o avanço de mais um degrau no longo processo de certificação para que o empreendimento atue com “créditos de carbono”, ou seja, as Reduções Certificadas de Emissão (RCEs). Emitidas de acordo com as toneladas de gás carbônico que a cooperativa deixou de lançar na atmosfera com a compostagem, as reduções certificadas são revertidas em moeda, gerando recursos para a Cooperativa. A Verdecoop é a primeira cooperativa de compostagem a chegar tão longe neste processo de certificação internacional.

O Projeto MDL da Cooperativa se baseia na adoção de métodos de trabalho e técnicas de produção que reduzem a emissão de gases ou reaproveitam materiais. Com a publicação, a Verdecoop entra na etapa de validação, na qual é verificado se o projeto está em conformidade com a regulamentação do Protocolo de Quioto. A validação vai identificar requisitos que o projeto deverá atender, decidir como será o atendimento destes critérios, verificar a conformidade real e comunicar os resultados.

A Verdecoop recicla, mensalmente, uma média de 95 mil Kg de resíduos sólidos (papel, papelão, plástico, latas de alumínio e ferro, metais, pet branco, óleo, copos, plásticos, vidro âmbar), resíduos orgânicos úmidos para compostagem, coco verde, e óleo saturado. Os materiais são oriundos de resorts e condomínios de luxo da Costa do Sauípe, no litoral baiano. Os produtos finais da Verdecoop são: adubo orgânico e organomineral, fibra de coco, e substrato orgânico; óleo saturado para produção de sabão/biodiesel; e materiais recicláveis como papel, papelão, pets, latinhas, copos e plásticos.

O projeto MDL da Verdecoop é desenvolvido, desde 2008, por intermédio do convênio de cooperação estabelecido entre a Cooperativa e a Fundação Banco do Brasil. Para consultar o PDD da Verdecoop, em inglês, clique aqui. 
Créditos de Carbono - O Protocolo de Quioto ofereceu um incentivo aos países em desenvolvimento para que também adotem políticas de redução das emissões de gases que causam o efeito estufa: a possibilidade de vender, para os países obrigados a reduzir as emissões, o quanto conseguissem evitar ou eliminar do lançamento desses gases na atmosfera. Para certificar e mensurar essas economia de emissões, foram criadas regras, que, juntas, compõem um Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Por intermédio do projeto MDL a Verdecoop deve demonstrar que é capaz de reduzir emissões além daquelas que seriam possíveis se o projeto não fosse adotado.

A elaboração do PDD, que apresenta as informações essenciais sobre aspectos técnicos e organizacionais das atividades da Cooperativa, é a primeira etapa do ciclo definido pelas regras do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. É o documento chave para os processos de Validação, Registro e Verificação dos Projetos, que são as próximas etapas do processo de certificação.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

I Fórum Ambiental dos Municípios do Litoral Piauiense


A Associação Ambientalista Ave Guará do Delta do Parnaíba, com o apoio de estudantes e professores dos cursos de Biologia e Turismo da Universidade Federal do Piauí, promoverão o I Fórum Ambiental dos Municípios do Litoral Piauiense, no próximo dia 30, no auditório da UFPI, Campus Ministro Reis Veloso. 

Moradores dos quatro municípios foram convidados a participarem de tão encontro, onde serão analisados os problemas ambientais de cada município, com as presenças de autoridades, como secretários de meio ambiente e turismo da cada município. É o fórum adequado para expor preocupações e apresentar sugestões na busca do desenvolvimento sócio-ambiental e econômico local.

Entre os temas que serão abordados, elegemos dois como principais: A situação atual das praias, e a coleta seletiva e o acondicionamento dos resíduos sólidos urbanos.

O encontro faz um convite para que a sociedade e as autoridades se engajem nesse processo de mobilização participativa. Entendemos que precisamos somar esforços na tentativa de pelo menos reduzir as ocorrências indesejáveis.

Fonte: Proparnaiba

terça-feira, 26 de abril de 2011

Teresina realiza mobilização contra a aprovação das mudanças no Código Florestal

Nesta quinta-feira, 28, às 8h30, na Praça da Liberdade, ao lado da Igreja São Benedito, mobilização pela não aprovação do Código Florestal e outros desmandos ambientais em curso no Piauí e no Brasil. Estarão no manifesto o Movimento dos Atingidos Por Barragem, notadamente o pessoal de Algodões I, moradores dos locais onde está previsto a construção das cinco hidreletricas, sindicatos e partidos de esquerdas.

A estratégia é realizar uma jornada de atividades públicas em dezenas de cidades entre os dias 28 e 30 de abril de 2011 com divulgação nas mídias locais para exercer pressão direta sobre parlamentares em seus domicílios eleitorais. Leia abaixo a íntegra da proposta de mobilização.



segunda-feira, 18 de abril de 2011

Montagem da música de educação ambiental feita pelo IBAMA

Secretário encerra trabalho na SEMAM com avanços

O vereador Valdemir Virgino, há um ano assumiu a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Teresina, e repassa o órgão com projetos ambientais em andamento e o orçamento da SEMAM quase dobrado.

A demanda de serviços da SEMAM tem aumentado na capital por conta do crescimento da cidade, onde os serviços de preservação e fiscalização do meio ambiente e recursos hídricos são essenciais. O secretário Valdemir, destacou que nenhum trabalho deixou de ser feito desde que assumiu, e afirma que o meio ambiente de Teresina precisa de atenção especial, pois ele interfere diretamente na qualidade de vida das pessoas, especialmente, a classe mais pobre.

“Assumi a secretaria com o desafio de atender a população teresinense, através de trabalhos de educação ambiental, fiscalização, licenciamento, monitoramento, distribuição de mudas dentre outras serie de atividades juntamente com nossa equipe”, disse.

Valdemir informou também que em um ano a secretaria fez parcerias público privadas visando a recuperação dos principais parques ambientais de Teresina, e também fazendo levantamentos para saber a real situação dos demais. Em 2010 ainda foi criado o Viveiro de Mudas Citronela dentro do Parque da Cidade, que já distribuiu centenas de mudas.

Durante um ano foram realizadas blitz ambientais visando a conscientização da população. E ainda o Oscar Ambiental que premiou pessoas, empresas e organizações que se destacaram na defesa do meio ambiente em 2010, e outros projetos ambientais com a comunidade como o Amiguinhos do Parque e Ação Citronela.

“Acredito que a Prefeitura de Teresina dará cada vez mais atenção para a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, pois a proteção e fiscalização do meio ambiente é uma necessidade real, e os teresinenses estão cobrando muito.”

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Macaco Guariba ainda é encontrado no Piauí e está ameaçado de extinção


A característica mais marcante é o dicromatismo sexual: os machos são negros, com as extremidades dos membros, cauda e parte do dorso em tom ruivo e a lateral com pêlos dourados; a coloração das fêmeas é, na maioria das vezes, pardo-amarelada, com uma tonalidade olivácea. 

A espécie habita em geral áreas de vegetação aberta de transição, com alta freqüência de babaçu, tendo sido encontrado em áreas de floresta ombrófila aberta e floresta estacional semidecidual em meio à Caatinga, e até em vegetação de mangue. Tem uma dieta folívoro-frugívora, o que o torna um animal pouco ativo, de movimentos lentos, passando mais de 70% de seu tempo em descanso. 

Tais características favorecem a caça, tendo sido registrada em algumas áreas uma aparente predileção por esses animais.

Fonte: ICMBIO
GRUPOMamíferos
ESPÉCIEAlouatta belzebul ululata (Elliot, 1912)
NOME VULGARGuariba e Capelão
FATORES DE AMEAÇADistribuição restrita, redução e fragmentação de habitat e caça
BIOMACerrado e Caatinga
PLANO DE AÇÃO
CENTROS DE PESQUISACPB
UNIDADES DE CONSERVAÇÃOParna de Ubajara (CE), APA da Serra da Ibiapaba (CE/PI), APA Delta do Parnaíba (CE/PI/MA) e Resex Marinha do Delta do Parnaíba (PI/MA)
NOSSAS AÇÕES- Primatas em Unidades de Conservação da Amazônia: subsídios à elaboração de planos de manejo e à avaliação do estado de conservação de espécies (CEPAM);

- Avaliação do Estado de Conservação de Primatas Brasileiros;

- Elaboração do PAN para Conservação dos Primatas do Nordeste; Primatas do Norte da Mata Atlântica e Caatinga;

-Proposição de Áreas-Chave para Pesquisa e Conservação de Primatas;

- Elaboração do PAN para Conservação dos Primatas do Extremo Oriental da Amazônia (CPB);

- Inventário da Avifauna e Mastofauna com subsídios ao diagnóstico ecológico para o Plano de Manejo da Rebio do Gurupi.
REFERÊNCIASMACHADO, A. B. M; DRUMMOND, G. M. & PAGLIA, A. P. (eds) Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. 2008, 1420 p. 1.ed. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente; Belo Horizonte, MG: Fundação Biodiversitas, 2008

 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Lançada campanha nacional permanente contra o uso de agrotóxicos e pela vida

Movimentos sociais e pesquisadores afirmam que é possível e urgente produzir sem venenos que afetam a saúde humana e do meio ambiente


Suco de frutas, verduras, legumes, cereais. Alimentação saudável? Nem sempre. Lançada nesta semana, no Dia Mundial da Saúde (7 de abril), a Campanha permanente contra o uso de agrotóxicos e pela vida pretende alertar que o veneno usado nos cultivos agrícolas brasileiros prejudica muito a saúde das pessoas e do meio ambiente. De acordo com a organização da campanha, com os atuais níveis de utilização de agrotóxicos, cada brasileiro consome em média 5,2 kg de veneno por ano e o Brasil foi considerado em 2009, segundo o sindicato dos próprios produtores de defensivos agrícolas, o maior consumidor destas substâncias pelo segundo ano consecutivo. A campanha é organizada por mais de 20 entidades e movimentos sociais, que pretendem realizar atividades em todo o país para conscientizar sobre a necessidade de outro modelo de produção agrícola, sem utilização de veneno e baseado no respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente, para aí, sim, produzir alimentos verdadeiramente saudáveis.


A campanha escolheu o Dia Mundial da Saúde para lançar oficialmente as atividades. Mas, mesmo antes da data, seminários, palestras e outros eventos tiveram como tema o prejuízo dos agrotóxicos à saúde. Em Brasília, uma passeata contra o uso de agrotóxicos e em defesa do código florestal reuniu mais de duas mil pessoas. A atividade fez parte da Jornada contra o Uso de Agrotóxicos, em Defesa do Código Florestal e pela Reforma Agrária, realizada nos dias 6 e 7 de abril. O professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília, Fernando Carneiro, presente nas atividades da jornada, conta que os eventos foram lotados. Para ele, lançar a campanha no Dia Mundial da Saúde é muito simbólico. “Quando se fala de saúde da nossa população sempre se associa à fila de hospitais, mas hoje [7 de abril] foi uma manhã histórica porque estávamos discutindo verdadeiramente o conceito ampliado de saúde, discutindo o modelo agrícola brasileiro, o que este modelo tem gerado em termos de impacto às populações e as dificuldades do próprio sistema de saúde em notificar os problemas decorrentes do uso de agrotóxicos”, detalha.

O professor explica porque as lutas contra o uso de venenos na agricultura e em defesa do código florestal são convergentes. “A bancada ruralista quer alterar a legislação para liberalizar os agrotóxicos. No código florestal, vemos o mesmo movimento. E quem está por trás destas duas articulações é o próprio agronegócio: querem desmatar mais áreas e querem ter isenção de impostos para agrotóxicos. Além disso, os temas se relacionam porque à medida que se limita a proteção das nascentes com a mudança no código florestal, por outro lado, se facilita a contaminação da água pelos próprios agrotóxicos. Então, são temas com interação muito grande, que significam ameaça à biodiversidade, à qualidade da água, elementos vitais para o nosso país”, diz.

Para a coordenadora do Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rosany Bochner, é necessário negar totalmente o uso dos agrotóxicos devido aos prejuízos que tem causado à saúde. “É preciso deixar claro que o que queremos com a campanha não é usar produtos menos tóxicos, não é nada paliativo. Nós não queremos mais agrotóxicos de nenhuma forma. É uma mudança de filosofia, temos que partir para produzir diversidade. Vamos ter que comer diferente, que fazer muita coisa e não depende só do agricultor, depende também da população, porque do jeito que está não é possível mais ficar”, reforça. Rosany, que também é consultora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), participou, junto à EPSJV/Fiocruz e a Via Campesina, de um seminário na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) sobre os impactos dos agrotóxicos.

No dia 7 de abril, também foram realizadas atividades no Espírito Santo, Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais, Sergipe e Goiás. Em Limoeiro do Norte, no Ceará, nos dias 19 e 20 de abril, serão realizadas várias mobilizações contra o uso de agrotóxicos e em protesto pela impunidade do assassinato do líder comunitário José Maria Filho, conhecido como Zé Maria do Tomé, que denunciou os impactos dos agrotóxicos na região. No dia 21 de abril faz um ano que o agricultor foi assassinado próximo de casa e as investigações, até o momento, não apontaram os autores do crime.

Também no Dia Mundial da Saúde, na Câmara Federal, uma subcomissão especial criada para avaliar as conseqüências do uso de agrotóxicos para o país realizou uma audiência pública sobre o tema com a presença da Anvisa, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), órgão favorável ao uso dos venenos nos cultivos. De acordo com a Agência Câmara, Anvisa e MPA divergiram radicalmente do representante da CNA. “Enquanto a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) defendeu a modernização do uso desses insumos, um representante da Anvisa e uma deputada apontaram os efeitos negativos para a saúde humana. Já o representante dos pequenos agricultores defendeu o fim do uso dos agrotóxicos”, informou a Agência Câmara.

Riscos à saúde

O material da campanha alerta que os agrotóxicos causam uma série de doenças como câncer, problemas hormonais, problema neurológicos, má formação do feto, depressão, doenças de pele, problemas de rim, diarréia, entre outras. Recentemente, uma pesquisa da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul detectou a presença de agrotóxicos no leite materno. “Diante de tantas evidências de problemas, não há mais o que discutir. Este leite envenenado é muito grave, não dá mais para ter meio termo. Sabemos que é uma luta de Davi contra Golias, porque são empresas extremamente poderosas [as empresas produtoras de agrotóxicos]. Mas eu queria saber se eles comem estes produtos cheios de agrotóxicos”, questiona Rosany.

Além da proibição definitiva do uso de venenos, a campanha afirma ainda que a saída para uma alimentação saudável e diversificada está no fortalecimento da agricultura familiar e camponesa. Para isso, propõe uma série de ações, como a reforma agrária para acabar com os latifúndios, o fim do desmatamento, a geração de trabalho e renda para a população rural, o uso de novas tecnologias para acabar com a utilização de agrotóxicos e a produção baseada na agroecologia.

De acordo com Rosany, a Anvisa está muito disposta a discutir o uso destes produtos tóxicos, entretanto, existe uma resistência de setores do próprio governo e do legislativo. “Tem uma bancada ruralista que quer liberar a todo custo os agrotóxicos”, pontua. A pesquisadora destaca também as dificuldades de informação sobre os riscos de agrotóxicos no sistema de saúde. “Não estamos acostumados a trabalhar com casos crônicos, as redes de saúde não conseguem relacionar os sintomas com a exposição aos agrotóxicos, dificilmente as pessoas fazem essa relação e isso dificulta muito na hora da discussão porque eles [os defensores do uso de agrotóxicos] falam que não temos evidências. Temos que fazer um esforço maior nisso, fazer um treinamento melhor nos serviços de saúde, mas é preciso investimento”, afirma.

Para Fernando Carneiro, o Ministério da Saúde ainda é muito omisso em relação ao enfrentamento do problema de identificação das intoxicações, tanto no campo da saúde do trabalhador, quanto da saúde ambiental. “Eu quero que o Ministério da Saúde faça campanha sobre os riscos dos agrotóxicos. Como faz com a campanha contra a Aids, pelo uso da camisinha. O Ministério poderia investir também para fazer cartilhas e difundir informações sobre os riscos dos agrotóxicos. Hoje, o único setor que faz propaganda é o próprio agronegócio, para fazer apologia ao uso”, alerta.

Reportagem de Raquel Júnia – Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio – EPSJV/Fiocruz

Ecodebate

Cientistas brasileiros anunciam plástico feito a partir de frutas

Pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) anunciaram na última semana uma novidade na fabricação de plástico. A alternativa encontrada por eles elimina o uso de petróleo e tem as frutas como suas principais matérias-primas.

O processo tem como fundamento a obtenção nanocelulose, proveniente de frutas e vegetais. l Imagem: Divulgação
Segundo eles, as fibras retiradas de banana, abacaxi ou casca de coco podem ser transformadas em um material mais resistente do que o plástico feito atualmente, e baseado em fontes totalmente sustentáveis.

O processo tem como fundamento a obtenção nanocelulose, proveniente de frutas e vegetais. Para isso, os cientistas usam um equipamento que promove uma espécie de cozimento das folhas e caules de plantas, juntamente com alguns elementos químicos. O resultado desse processo são as nanofibras, que depois são transformadas no bioplástico.

Em declaração feita ao portal Terra, o engenheiro agrônomo e líder do estudo, Alcides Leão, explicou que a novidade pode ser aplicada a diversas utilidades. Inicialmente o plástico deve ser usado na indústria automobilística. Porém, o material tem muito potencial para beneficiar também a indústria médica, na fabricação de próteses e pinos, e até mesmo na área militar, utilizando-o em coletes à prova de balas e capacetes militares.

Por ser 30% mais leve e até quatro vezes mais forte que o plástico comum, o novo material deve resultar em muitas vantagens. No setor automobilístico, por exemplo, peças de carros mais leves resultam em economia de combustível e consequente redução nas emissões de gases de efeito estufa. Outra boa notícia é o fato de que o plástico pode ser feito a partir dos restos de frutas que seriam descartados em aterros ou direcionados à compostagem.

Os gastos com esse processo ainda não foram totalmente fechados, mas os pesquisadores acreditam que em até dois anos a indústria automobilística já estará fazendo uso do bioplástico. Com informações do Portal Terra.

Fonte: CicloVivo

domingo, 10 de abril de 2011

Cerrado perde em um ano área maior que cidade de SP e DF juntos

G1

Abrangendo a maior parte de Região Centro-Oeste e parte do Nordeste no Brasil, o Cerrado perdeu 7.637 km² de sua vegetação original entre 2008 e 2009, dados mais recentes disponíveis, detectados pelo Centro de Sensoriamento Remoto do Ibama. As informações foram anunciadas nesta quarta-feira (6) pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em Brasília (DF), que também comentou os novos dados de desmatamento na Amazônia, de janeiro e fevereiro, levantados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O desmatamento no Cerrado equivale a uma área maior que a soma do tamanho do Distrito Federal, que tem 5.802 km², com o município de São Paulo, que tem 1.523 km². A área total do Cerrado é de 2.039.386 km².

Se consideradas as taxas médias anuais de desmatamento no Cerrado em anos anteriores, a devastação do bioma entre 2008 e 2009 caiu pela metade. Os dados mais antigos disponíveis, de 1994 a 2002, mostram derrubada média de 15.700 km² no bioma. Entre 2002 e 2008, a taxa média foi reduzida para 14.179 km², caindo para 7.637 km² entre 2008 e 2009.

O estado que mais desmatou o bioma no período foi o Maranhão, com 2.338 km² de área derrubada, seguido do Tocantins (1.311 km²), Bahia (1.000 km²), Mato Grosso (833 km²), Piauí (701 km²), Goiás (664 km²), Minas Gerais (534 km²), Mato Grosso do Sul (241 km²), São Paulo (7,5 km²) e, por último, Paraná, Distrito Federal e Rondônia, cada um com cerca de 1 km².

Os três municípios que mais desmataram foram Formosa do Rio Preto (BA), com 197,17 km²), Baixa Grande do Ribeiro(PI - 168 km²) e Jaborandi (BA - 131 km²).

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, também destacou o norte de Minas Gerais. "É uma das áreas mais sensíveis", disse ela. "Pedi que tudo que fundamenta estudos de conservação seja publicado".

Durante o evento em Brasília, também foram lançadas publicações que atualizam o mapeamento do uso do solo e da cobertura vegetal do bioma, além de estudos sobre a criação de reservas extrativistas na Barra do Pacuí e Buritizeiro, em Minas, e de planos de ação sobre prevenção e controle de queimadas e efeitos do fogo sobre comunidades no Cerrado.

Ambientalistas criticam derrubada da moratória do desmatamento

Por Jéssica Monteiro
Foto: Dantércio Cardoso

Com a justificativa de que o Código Florestal vigente impede o desenvolvimento agropecuário dos estados do Piauí e do Maranhão, o deputado e presidente da Comissão de Agricultura da Câmara Federal, Júlio César Lima (DEM-PI), pediu ao relator do projeto que implanta o novo Código Florestal, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o fim da moratória que impede o Estado de desmatar e explorar os cerrados por cinco anos.

Contra o posicionamento dos deputados, o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS) defende que a moratória não irá atrapalhar a produtividade. O coordenador da entidade no Piauí, Dionísio Neto argumenta que o Estado ganhará muito mais preservando a vegetação nativa. “Se o desmatamento continuar, a economia, a biodiversidade e a qualidade de vida serão muito afetadas. Não estam pensando no futuro, se derrubarem a moratória será um retrocesso”, prevê Dionísio.



Acusando os gestores de “analfabetos ambientais”, o coordenador explica que a moratória evita a derrubada de árvores em Áreas de Preservação Permanente (APP) e garante a evapotranspiração. “Margens de rios, morros e encostas são APP’s. Desmatar essas áreas interfere no clima, na paisagem e na economia. Além do mais, quando chove, as florestas são responsáveis por 70% do retorno da água para a atmosfera, completando assim o ciclo da chuva. Interromper esse ciclo irá interferir diretamente na produção no campo”.

De acordo com Dionísio, o “desenvolvimento a qualquer custo” é uma política de parlamentares financiados pelo agronegócio e interessados em eleições futuras. “Estamos aguardando o posicionamento dos outros parlamentares, como a deputada Iracema Portela e o deputado Paes Landim. Os deputados Marcelo Castro, Osmar Júnior e Júlio César são verdadeiros exterminadores do futuro”.

Segundo o deputado Júlio César Lima, a moratória impede o crescimento de todo o setor produtivo agrário do estado, pois o Piauí possui a maior área de cerrado do país, com mais de oito milhões de hectares de terra agricultáveis. Deste total, pouco mais de 5% está sendo explorado economicamente. “O agronegócio é a nossa vocação”, afirmou Júlio César.

Segundo o portal da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara, garantiu nesta quinta-feira (07) que o projeto que modifica o Código Florestal (PL 1876/99), somente será encaminhado para votação quando houver acordo sobre a proposta. Maia afirmou que o relatório dos trabalhos da câmara de negociação do Código Florestal, previsto para ser entregue na próxima semana, e uma possível proposta enviada pelo Governo serão analisadas e levadas para debate com os partidos.

Fonte: Portal AZ

sábado, 9 de abril de 2011

Desmatamento gera conflitos de 'Agricultores X Produtores'

O desmatamento indiscriminado nas terras dos cerrados está gerando conflitos entre grandes fazendas de soja e pequenos produtores dos municípios de Baixa Grande do Ribeiro e Ribeiro Gonçalves, a cerca de 600 km ao sul de Teresina, uma das regiões mais prósperas dos cerrados piauienses. O crime ambiental está soterrando plantações de capim e causando o envenenamento de riachos e olhos d’água.
Os moradores temem que animais que bebem as águas dos riachos estejam sendo envenenados e que eles próprios, moradores, também sejam afetados. A denúncia de assoreamento das pastagens e do envenenamento de animais através da água dos riachos, e do risco do problema também afetar moradores das duas cidades foi levada na semana passada à Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semar).
O problema ocorreu por causa do desmatamento de áreas além do permitido nas terras da Serra Branca. Os produtores de grãos desmataram áreas muito próximas às margens das descidas para as localidades situadas abaixo da serra, os chamados “baixões”, terras ricas em nascentes de riachos e próprias para criação de gado. A lei determina que sejam preservados pelos menos 200 metros de mata virgem entre a serra e as descidas para os baixões, para que a vegetação nativa contenha a água e areia que escoam com as chuvas.


Como essa área de contenção foi desmatada, a água das chuvas desce serra abaixo, carregando areia, pedras e o que mais encontrar pela frente. Foi exatamente isso que ocorreu nos dias 12 e 13 de março, quando choveu 150 mililitros na Serra Branca (a média da região, quando chove bem, é de 30 mililitros). O envenenamento pode estar ocorrendo porque a água que desce serra abaixo também leva consigo resíduos de produtos químicos utilizados nas plantações e o óleo dos caminhões e máquinas de plantação e colheita.
O problema atinge comunidades e pequenas fazendas nos municípios de Baixa Grande do Ribeiro e Ribeiro Gonçalves, onde estão localizadas algumas das maiores fazendas de produção de grãos dos cerrados. Cerca de 150 famílias residem nos baixões, situados a aproximadamente 2 mil metros abaixo da serra. A equipe do DIÁRIO DO POVO esteve no local anteontem e acompanhou uma reunião de pequenos produtores e criadores com donos de fazendas de grãos.
ÁGUA CONTAMINA NASCENTES
Segundo moradores da região, três riachos que cortam as localidades estão com suas águas envenenadas pelos defensivos agrícolas utilizados nas plantações de soja, milho e outros grãos no alto da serra. Eles temem que várias nascentes de riachos e olhos d´água desapareçam sob a areia que as águas trazem da serra. Nos últimos 30 dias, o gado criado nas pequenas fazendas, que bebe a água dos riachos, emagreceu repentinamente e apresentou sintomas de fraqueza e outros problemas.

Os criadores não têm dúvidas de que os animais foram atingidos pelo óleo diesel e pelos diversos tipos de veneno utilizados nas plantações de soja e milho. “Esta época do ano os animais estão sempre sadios, gordos. Não é para estarem magros e doentes assim”, lamenta o agricultor Valdimiro Quixabeira da Rocha, da localidade Nossa Senhora da Aparecida. O agricultor Oscar Quixabeira da Rocha disse que toda uma área de pastagem da pequena fazenda dele foi tomada pela areia que desceu da serra. Segundo ele, aproximadamente 20 hectares de pasto estão perdidos ou comprometidos.
Em uma das áreas afetadas, o areial cobriu parte da plantação de capim braquiara e transformou um amplo capinzal num local parecido a um campo de pouco de avião pequeno. “Tudo meu está aqui, tem hora que dá vontade de desistir”, diz ele, desolado. Ao lado da plantação de capim quase completamente destruída, erguem-se imponentes paredões de arenito de mais de 300 metros. Lá no alto está a Serra Branca, onde a soja e o milho reinam absolutos. (MG)
PRODUTORES RECONHECEM PROBLEMA
Na última terça-feira, representantes das fazendas da Serra Branca desceram aos baixões para reunião com os moradores afetados pelos problemas decorrentes do desmatamento. Na quarta à noite, foi a vez de agricultores subir a serra para conversar com os produtores. A reportagem do 180graus presenciou a conversa deles com o gerente do Condomínio Galliota, Marcos Jordão,que detém uma faixa de terras com soja e milho nas proximidades da descida para os baixões.

Marcos Jordão disse que a produção do condomínio também foi afetada pelas águas que desceram serra abaixo. “Perdemos 400 hectares de milho. A água que desceu aqui parecia um rio, arrastando tudo”, afirmou. Segundo ele, o problema reside 18 km acima da propriedade dele, devido à falta de curvas de nível no chão para “segurar” a água das chuvas. No local, foram desmatados cerca de 6 mil hectares no ano passado, mas não foram feitos os “bigodes”, como eles chamam a curva de nível.
Marcos se comprometeu a colocar máquinas para fazer uma estrada na ladeira para os baixões e ajudar na reconstituição do pasto destruído. Ontem, Oscar Rocha e outros agricultores dos baixões foram conversar com a direção da fazenda Brasil Agro, a outra empresa acusada de responsável pelo desmatamento irregular. A direção da fazenda se comprometeu a instalar as curvas de nível para conter a água das chuvas e também a indenizar as famílias atingidas reconstituindo as pastagens. (MG).
REPÓRTER: Mussoline Guedes - Especial para o 180graus

domingo, 3 de abril de 2011

Palestra e debate em Teresina sobre o Código Florestal

Com o tema "Código Florestal: tendências e debates atuais" o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí - IFPI, realiza na próxima quinta-feira (07), às 16:30h um debate afim de informar a comunidade sobre as polêmicas alterações no Código Florestal Brasileiro.

O evento no Auditório Clóris de Oliveira do IFPI, Campus Teresina Central, é aberto ao público, e conta a com a apresentação da palestrante, Doutora Maria J. B. Zakia, do curso de Engenharia Ambiental da Universidade de São Paulo - USP. 

Assistam o vídeo e entenda mais sobre o Código Florestal.