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Sabemos que a consciência ecológica emerge, ao longo da história recente, diante de uma realidade insustentável que ameaça a qualidade de vida das pessoas em um mundo, onde a tecnologia industrial e a explosão da população caminham, lado a lado, a degradação do meio ambiente.
No entanto, apenas o “crescimento da consciência da importância da preservação da natureza, que vem se dando nos últimos 30 anos em todo o mundo, não fez com que a sociedade atual viesse progressivamente diminuindo a destruição do meio ambiente.” (Gimarães, 2007).
Por que será que então, ao longo deste tempo, não vimos uma melhora significativa nos problemas ambientais? Por que será que a Educação Ambiental que muitos acreditam ser a “salvação da humanidade” não tem resolvido o problema apenas “conscientizando” a população.
Como já foi dito aqui neste blog a Educação Ambiental NÃO conscientiza ninguém.
E para que as pessoas se sensibilizem, se motivem e se envolvam em relação aos problemas socioambientais é preciso que o trabalho da Educação Ambiental esteja imerso em uma proposta que considere a questão ambiental, e a contextualize em relação ao processo social, histórico, político e cultural, estabelecendo subsídio para que os sujeitos envolvidos possam se situar como cidadãos integrantes de um meio social, haja vista que somos seres sociais e como integrantes de um meio natural, pois também somos seres biológicos, sem é claro dicotomizar estas duas visões.
A Educação Ambiental deve também favorecer o desenvolvimento de um posicionamento crítico, tornado os sujeitos envolvidos em cidadãos capazes de rediscutir valores existentes em sua realidade, muitas das vezes impostos por uma cultura vigente, além propor alternativas aos problemas, incentivando a participação popular e o protagonismo social.
Os problemas socioambientais só serão resolvidos através da participação dos atores sociais envolvidos, quando estes se interessarem pelo problema e a partir daí se posicionarem na resolução do mesmo. Logo esta participação depende de uma mobilização civil, que motivada por um objetivo em comum pode trazer efetivamente a atuação de atores sociais comprometidos com o processo.
Deu para perceber o quão complexo é uma ação em Educação Ambiental. É imprescindível a reflexão crítica dos atores envolvidos na problemática para que estes exerçam seus papéis sociais. Apenas a “conscientização das pessoas” em nada sensibilizará, motivará e mobilizará a população a, por exemplo: “Não jogar lixo no chão!”, se por trás disso tudo, não estiver uma contextualização social, histórica, política e cultural deste problema… Que envolva os sujeitos envolvidos, para que estes atuem como cidadãos e, a partir daí sim não joguem no chão!
Referência:
GUIMARÃES, M. A formação de educadores ambientais. Campinas, SP: Papirus (Coleção Papirus Educação) 2007, 174p.