Por mais de uma semana, a bomba da estação elevatória da Agespisa que impede o lançamento dos esgotos da zona leste diretamente no rio Poti esteve fora de funcionamento. Durante esse tempo, todo tipo de detritos foi despejado diretamente no rio, sem qualquer tratamento.
Como forma de protesto a esse descuido, ambientalistas, artistas e pessoas ligadas à proteção dos Direitos Humanos se reuniram na tarde desta quinta-feira (06) na Avenida Raul Lopes, na estação elevatória da Agespisa.
Participaram do encontro a Rede Ambiental do Piaui (Reapi), o Movimento Nacional de Direitos Humanos, a Associação das Prostitutas, a Associação Piauiense de Proteção e Amor aos Animais (APIPA) e a Fundação Rio Parnaíba (Furpa). Com faixas, em que estava escrito “
Rio Poti, fim da vida” e “Diga não à morte do rio Poti”, os manifestantes procuravam chamar a atenção da população e do Poder Público para o problema da depredação do meio ambiente.
A coordenadora da Reapi Tânia Martins lembra que a Agespisa conta com mais 19 estações elevatórias desse tipo e diz que todas estão sucateadas. “Se a bomba quebrou, o correto é que houvesse bombas sobresselentes. Por que o rio tem que ser sempre penalizado? A manutenção dessas estações e das bombas deveria ser constante. O que não pode ocorrer é um descuido como esse”, disse a ambientalista.
A conselheira nacional do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Lurdinha Nunes, cobra uma atitude do Poder Público. “Esses dejetos lançados no rio Poti acabam contaminando também o rio Parnaíba. Isso vai parar, por exemplo, no Encontro dos Rios e no próprio Delta, que são dois importantes pontos turísticos do nosso Estado. Os prejuízos são enormes. O Ministério Público tem que ser notificado”, complementou.
Selando a manifestação, o artista Willyams Martins, seguindo a linha da Ecoarte, lançou sobre o rio Poti, debruçado na Ponte Juscelino Kubitschek, pigmentos orgânicos vermelhos, de urucum. “Essa é uma forma de chamar atenção para este problema grave do meio ambiente. É também um trabalho interativo com o espaço, que é o próprio rio, uma intervenção. Só que esta intervenção não agride o rio”, disse o artista.
A Agespisa esclareceu que o extravasamento dos dejetos da zona leste no rio se deu em caráter emergencial. Uma das bombas da estação elevatória Riverside foi substituída por outra, de maior potência. Para que houvesse a troca, foi preciso interromper o serviço de bombeamento dos esgotos para a estação de tratamento, havendo o despejo dos detritos nas águas do rio sem o devido tratamento. Mas a empresa defende que o rio tem vazão suficiente para fazer a diluição dos dejetos.
A Agespisa informou ainda que isso faz parte de um investimento maior. Além da substituição das bombas, geradores de energia elétrica serão instalados nas estações elevatórias para impedir a paralisação das bombas quando faltar energia.
Jornal O Dia
Autor: Juliana Dias
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