quinta-feira, 25 de março de 2010

Hidrelétrica no Rio Parnaíba gera protestos

Em defesa de Amarante

O poeta e embaixador Alberto da Costa e Silva escreve sobre a hidrelétrica que vai inundar Amarante.

(*) Alberto da Costa e Silva

Chega-me a notícia de que se pretende afogar nas águas de uma represa a cidade piauiense de Amarante. O autor da desastrada idéia não deve saber o que é belo ou lhe ter horror. Assemelha-se a quem planejasse destruir, em Minas Gerais, Mariana ou Tiradentes, ou aterrar, no Rio de Janeiro, a enseada de Botafogo.

Amarante é um dos mais felizes matrimônios que conheço da natureza com as obras dos homens. Do alto da escadaria Da Costa e Silva, a visão é de tirar o fôlego. Um espetáculo inesquecível, como me repetem todos aqueles que, em minha companhia, de lá correram os olhos sobre o casario entrecortado de árvores, a descer para o rio Parnaíba e, na outra margem, a praia branca e os chapadões do Maranhão. Tampouco lhes sai da memória o passeio pelas ruas do centro histórico, com suas casas oitocentistas ou do início do século XX, algumas delas traduções sertanejas de estilos da belle époque, outras a nos mostrarem em sua simplicidade de linhas como pela via humilde se pode atingir a mais alta beleza.

Há poucos meses, exibiu-se no Teatro R. Magalhães Júnior, da Academia Brasileira de Letras, para cerca de 300 pessoas, o filme O retorno do filho, de Douglas Machado. O público, formado majoritariamente por escritores, artistas e amantes das letras e das artes, ficou, primeiro, surpreso, e, depois, deslumbrado com as imagens de Amarante. Não faltou quem me dissesse que não podia sequer imaginar que no Piauí houvesse uma cidade tão linda e tão diferente como paisagem, e não foram poucos os que se prometeram cumprir o dever de visitá-la. A reação dos que viram o filme confirmou em mim ser Amarante um dos sítios com maior vocação turística do Piauí sendo dois outros Oeiras e o delta do Parnaíba.

Quem não cuida do que foi inventivo, afortunado e harmonioso em seu passado não merece o futuro. Amarante foi um dos mais importantes ancoradouros do Parnaíba, quando o rio era o caminho que ligava o litoral ao sertão. Pelo plano inclinado que continua até as águas a rua principal da parte antiga da cidade desciam e subiam, arrastadas ou sobre roletes, as mercadorias que lhe animavam o comércio. Nesse pano inclinado, nessa rua e também nas vizinhas, brincou, menino, o maior poeta do Piauí. Foi a conviver com esse casario e com o fluir do Parnaíba, que ele descobriu que sua terra natal era um céu, se havia um céu sobre a terra, "um céu sob outro céu tão límpido e tão brando / que eterno sonho azul parece estar sonhando", a Amarante da qual jamais se apartou emocionalmente no exílio. O poeta seguramente se indignaria, se soubesse que se planeja inundar a sua cidade bem-amada. E ficaria ao nosso lado, ao considerar um despautério que se tenha, para construir uma usina hidrelétrica, de destruir um conjunto arquitetônico invulgar, que é um dos sítios mais importantes do patrimônio cultural e histórico do Piauí.

(*) Alberto da Costa e Silva é membro da Academia Brasileira de Letras.


terça-feira, 9 de março de 2010

Monocultura do eucalipto próxima as nascentes do Rio Parnaíba

A região de Gilbués é conhecida nacionalmente e internacionalmente pelo problema da desertificação, e o município vizinho, Barreiras do Piauí, que se destaca com o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, as áreas são de extrema importância biológica para o semi-árido brasileiro, mas estão ameaçadas pela mineração e agora com a monocultura do eucalipto.

Foto: André Pessoa
A região de Gilbués é um dos quatro núcleos de desertificação no país, sendo a maior área continua de deserto, onde a degradação ambiental e os resultados socioeconômicos do fenômeno são considerados mais graves pelo Ministério do Meio Ambiente. E na cidade Barreiras do Piauí está o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba que sofre com intensas queimas e pressão do agronegócio. Outro fato de visível comprovação é o alto nível de pobreza e miséria vivenciado por esses nordestinos.

Maior deserto em expansão da américa.

O Piauí é um dos quatro estados que lideram os maiores índices de desertificação no Brasil. O avanço deste processo sinaliza uma ameaça global, visto que, a cada minuto, 12 hectares de terra viram deserto no mundo, segundo a ONU.

A mineração de diamantes que ainda é forte na região conta ainda com o apoio do Governo do Estado, e assim contribuindo para o processo de desertificação, mas esse cenário promete piorar com a liberação de licenças ambientais para o plantio de eucalipto em larga escala na região, mais conhecido pela comunidade ambientalista de “desertos verdes”.

Foto: Dionísio Neto
Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba e Chapada das Mangabeiras.

A Cooperativa Agro-Industrial Santa Maria da Vitória, por exemplo, neste mês de março, está requerendo a Secretaria de Meio Ambiente Recursos Hídricos - SEMAR, as licenças prévias e licença de instalação para plantar 16.279.202 hectares de eucalipto entre Barreiras e Gilbués. Diversos são os problemas ambientais, sociais e econômicos relacionados com a monocultura do eucalipto, os cientistas já afirmam que manter as florestas nativas preservadas é uma das saídas para evitar os efeitos das mudanças climáticas.

Edital publicado no jornal O Dia, terça-feira, 09/03/2010.

A variedade biológica do cerrado ali existente nem se compara com a substituição por árvores clonadas de eucalipto, portanto, uma igual a outra. O plantio de eucalipto também pode prejudicar o solo e os recursos hídricos. A autorização desse e outros empreendimentos abrem precedentes para outros empresários investirem nesses negócios insustentáveis, causando a destruição da maior riqueza do povo piauiense que são os recursos naturais.

Por Dionísio Neto

segunda-feira, 8 de março de 2010

População de Palmeirais é contra Usina Hidrelétrica de Castelhano



Centenas de pessoas do município de Palmeirais participaram da audiência pública, na tarde do último domingo (07), para discutir a construção da Usina Hidrelétrica de Castelhano, no Rio Parnaíba e também o Relatório de Impacto Ambiental –RIMA. Os populares e lideranças políticas do município se posicionaram contra a obra alegando grandes impactos ambientais, sociais e econômicos.

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - Chesf está concluindo as onze audiências públicas, que estão sendo realizadas em municípios do Piauí e Maranhão, para discutir os impactos da construção das cinco usinas hidrelétricas na Bacia do Rio Parnaíba.


As audiências tem a missão de convencer as pessoas sobre a importância do projeto, e orientar sobre como elas serão indenizadas, mas a CHESF vem encontrando resistência da população a qual vem dizendo que não abandonará suas áreas. A cidade de Palmeirais foi foco da discussão, e o projeto tem causado revolta nos populares, o fato pode ser registrado durante audiência pública pela grande quantidade de faixas e bandeirolas, as mesmas traziam mensagens contra a construção.

Para o vice-presidente da Associação dos Moradores do Riacho dos Negros, Dino Silva, a construção vai afetar negativamente a vida de toda sua comunidade. Ele diz que muitas famílias vivem ali há décadas, e o relatório de impacto não condiz com a realidade. Acrescentou ainda que não concordam em serem expulsos pelo empreendimento, o qual ele afirma ser eleitoreiro, por conta da proximidade das eleições.

“Essa barragem vai tirar a gente de nossa terra, e isso é só por que ano de eleição é que esses políticos inventam de fazer obras dizendo que é beneficio pra gente. Essa energia não é pra gente. Queremos ficar aqui onde nascemos, crescemos e tiramos nosso sustento.”, disse o trabalhador.

Segundo o Relatório de Impacto Ambiental o rio deve subir 86 metros e irá alagar diversas comunidades afastadas, e também áreas urbanas (igrejas e prédios históricos), até sítios arqueológicos com diversas pinturas rupestres na região serão inundados.

Durante as falas aberta ao público, o ambientalista Dionísio Neto, coordenador da Rede Ambiental do Piauí – REAPI, se posicionou contra a instalação da barragem e convocou a população para se manifestar. Ele pediu que levantasse a mão quem fosse a favor da construção, no entanto ninguém se manifestou, e em seguida pediu para levantar a mão quem fosse contra, e todos os populares presentes levantaram a mão e gritaram justiça.

“Será que o governo vai passar por cima da vontade do povo, que é a grande maioria. E pelo que vejo tenho a certeza que esse povo vai dar seu sangue se for possível para essa construção demoníaca não sair”, enfatizou Dionísio.

Durante a audiência ainda foi contestada a navegabilidade do Rio Parnaíba, mas o projeto das cinco barragens não conta com as eclusas como foi informado pelos técnicos. Eles alegaram que terá de ser feito outro projeto para inserir eclusas, pois isso seria outro investimento ainda maior.

No próximo dia 10 de março será realizada a última audiência pública em Teresina no auditório da FIEPI.

Fonte: Asssessoria Rede Ambiental do Piauí - REAPI

Ex-ministra faz críticas ao Governo do Piauí


Considerada pela comunidade ambientalista mundial como uma das maiores personalidades do Brasil, a senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, publica na edição de hoje do Portal Terra Magazine um artigo defendendo a proteção da Serra Vermelha, considerada a última floresta do interior nordestino que fica localizada na microrregião de Bom Jesus do Gurguéia, sul do Piauí.

O artigo é uma forma da ex-ministra se mostrar decepcionada com a política ambiental do Governo do PT liderada pelo presidente Lula, mas, sobretudo um tapa na cara do governador Wellington Dias que insiste em manter o secretário estadual do Meio Ambiente, Dalton Macambira, a frente das políticas de conservação do Piauí apesar de todos os erros cometidos nos últimos anos. O secretário é acusado de defender o agronegócio em detrimento da preservação ambiental.

“Wellington Dias ainda não percebeu que Dalton Macambira é como uma mancha no seu paletó. Certamente os erros que estão sendo cometidos no caso da Serra Vermelha serão cobrados pela história e ficará para sempre no currículo do governador”, dispara Francisco Soares, presidente da Fundação Rio Parnaíba, acrescentando que ainda tem esperanças de que o ministro Carlos Minc deverá repensar a posição do ministério em relação a preservação da Serra Vermelha.


Veja o artigo completo da ex-ministra do Meio Ambiente aqui: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4306760-EI11691,00-Sinal+amarelo+para+a+Serra+Vermelha.html

quinta-feira, 4 de março de 2010

GOVERNO PLANEJA TERMOELÉTRICA NO PIAUÍ

GOVERNADOR E MINISTRO DO MEIO AMBIENTE PODEM SER BENEFICIADOS PELO EMPREENDIMENTO

Por André Pessoa

A portas fechadas, longe dos holofotes da grande mídia e do discurso eleitoral do PT, o Governo do Piauí se mobiliza e pode ver aprovado nos próximos meses a instalação de uma termoelétrica na área da Serra Vermelha, no sul do estado, aonde resiste uma das mais importantes formações florestais do Nordeste. Denominada de Redenção Bioenergética da multinacional européia Tractebel Energia S.A., a ideia seria melhorar o abastecimento de energia elétrica da microrregião de Bom Jesus do Gurguéia, que tem grandes projetos agropecuários, utilizando carvão vegetal para mover a usina, uma das mais atrasadas e ecologicamente condenáveis formas de se produzir energia.

Para isso, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente sob a coordenação de Dalton Macambira, quer aprovar o retorno do projeto Energia Verde, de suposto manejo florestal, da empresa carioca JB Carbon, que foi acusada de grilagem de terras e tem planos para derrubar 78 mil hectares da mata nativa de caatinga para produção de carvão num bioma que é exclusivo do Brasil, extremamente ameaçado e apontado pela Conservation International como um dos últimos 38 lugares selvagens da Terra.

“Pelo projeto em andamento nos bastidores do governo, a empresa deixa de fora áreas com comprovada ocorrência de mata atlântica devido a grande repercussão internacional das ameaças a esse ambiente e engloba outros trechos de florestas nativas de caatinga, adquiridas na própria região novamente de forma suspeita” denuncia o presidente da Fundação Rio Parnaíba, Francisco Soares, que também é membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), um órgão da sociedade civil que auxilia o Ministério do Meio Ambiente nas políticas de conservação.

Apesar da Justiça Federal ter paralisado o empreendimento através de uma série de ações, além do governador Wellington Dias e do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a manobra envolve diretamente os secretários estaduais Dalton Macambira, do

Meio Ambiente, e Sérgio Vilela, de Relações Internacionais, além do superintendente do Ibama no Piauí, Romildo Mafra. “Todos eles coordenados pelo funcionário do Ibama, Carlos Moura Fé, que atualmente está licenciado do órgão federal e ocupa o cargo de Assessor Especial da Secretaria Estadual do Meio Ambiente” acusa Soares.

A prova incontestável do projeto que vem sendo tocado sob sigilo pelo Governo do Piauí, Ibama, ICMBio e MMA está em um mapa elaborado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e que vazou para imprensa. Nesse documento, fica claro a armação política que se desenrola com a ampliação do Parque Nacional Serra das Confusões, divulgada nos últimos dias como a suposta “proteção” da Serra Vermelha. “Ao contrario, conforme se observa no mapa que tem o DNA do governo, os limites apontados pelo documento não englobam as chapadas da Serra Vermelha, local de maior biodiversidade do interior nordestino conforme pesquisas do Museu de Zoologia da USP”, dispara o jornalista e ambientalista Dionísio Neto que é um dos coordenadores da Rede Ambiental do Piauí (Reapi).

Pelo que se observa no documento, fica comprovado que o governo pretende retomar o projeto Energia Verde como uma iniciativa auto-sustentável com o argumento de que, agora, o carvão produzido na região, ao invés de abastecer as indústrias siderúrgicas do Brasil e do exterior, seria utilizado para gerar energia através de uma termoelétrica instalada na Serra Vermelha sob a responsabilidade da Tractebel, que atua no Brasil mais tem origem na Bélgica.

Como vários tipos de geração de energia, a termoeletricidade também causa impactos ambientais e o principal deles é a contribuição para o aquecimento global através do efeito estufa e da chuva ácida. A queima de gás natural lança na atmosfera grandes quantidades de oxidantes e redutores, que se entrar em contato com o ser humano, pode acarretar doenças como diarréia, alem de ser um combustível fóssil que não se recupera.

Atualmente o Brasil lança por ano 4,5 milhões de toneladas de carbono na atmosfera e com o incremento na construção de usinas termelétricas esse indicador poderá chegar a 16 milhões nos próximos anos. “Chamam-se termo-elétricas por que são constituídas de 2 partes, uma térmica onde se produz muito vapor a altíssima pressão e outra elétrica onde se produz a eletricidade. A energia elétrica é produzida por um gerador que possui um eixo movido por uma turbina que é alimentada através de um vapor sob forte pressão. Depois do uso o vapor que é produzido por uma caldeira alimentada pelo carvão vegetal é devolvido na atmosfera”, explica o ambientalista Francisco Soares.

A usina termelétrica a ser implantada na região da Serra Vermelha teria a capacidade de produzir 100 megawatts e seria alimentada através da biomassa produzida pelo projeto Energia Verde. “O empreendimento é grandioso e tem na sua liderança o empresário João Batista Fernandes, suspeito de grilagem de terras e de financiar campanhas do PT no Piauí”, confirma Dionísio Neto.

Clique na imagem e veja ela em detalhes.



quarta-feira, 3 de março de 2010

Vídeo: Parque Nacional da Serra Vermelha 2010 Já!!!

SEMAR é contra pesquisa do MMA que aponta o Piauí como 3º em devastação da caatinga

Foi divulgado, ontem (02), um levantamento feito pelo Ministério do Meio Ambiente revela que o Piauí é o terceiro Estado do Brasil que mais desmata área de caatinga. O Piauí aparece com 30,25% de área de caatinga destruída.

Mas o secretário de meio ambiente, Dalton Macambira, anda tão desorientado dizendo que o desmatamento não é no Piauí, e a área desmatada compreende território do Pernanbuco.

A pesquisa do MMA é feita por profissionais capacitados, e ele deve lembrar que tem apenas um cargo político, e é um incompetente diante as questões ambientais. Só sabe mesmo contar história!!!

Esqueceu o secretário de falar que está prestes a autorizar uma Termoelétrica na região da Serra Vermelha que no papel eles dizem qe irão utilizar 77.917 hectares de mata virgem para produção de carvão. Segundo eles a área a ser utilizada é caatinga. Mas não podemos acreditar neles pois não existe fiscalização, e sim facilidades desde o licenciamento.

segunda-feira, 1 de março de 2010

REAPI e Furpa denunciam manobras do governo sobre mudanças no Código Florestal

Deputados federais e inclusive o governador do PI receberam dinheiro para campanha de empresas que do agronegócio que querem mudar o código florestal.

A Rede Ambiental do Piauí – REAPI e a Fundação Rio Parnaíba – FURPA repudiam a tentativa de manobra para a aprovação das mudanças no Código Florestal Brasileiro, durante Audiência Pública realizada na Assembléia Legislativa, nesta segunda-feira (01), organizada pela bancada ruralista da Câmara dos Deputados. Os ambientalistas afirmam que audiência teve a finalidade em contribuir com o novo código que visa proteger o agronegócio, assim diminuindo as áreas de floresta no país e também prejudicando o homem do campo.

O debate foi todo direcionado para que o resultado fosse a favor da bancada ruralista que defende unicamente o agronegócio. Tanto é que se fizeram presentes em grande número os empresários do ramo da soja, eucalipto, e especialmente, das carvorarias, com destaque para a empresa JB Carbon, que apesar das inúmeras irregularidades ainda apareceu na audiência, e foi citada pelo relator Moacir Micheletto (PMDB-PR).

O ambientalista Francisco Soares, conselheiro do CONAMA pela FURPA, esteve na audiência e falou na tribuna que é “um absurdo ver esses deputados defenderem apenas os interesses dos empresários. E que essas alterações são um desmonte a Legislação Ambiental, e não contemplam a floresta e o homem do campo”.

Ainda colocou que não se deve reduzir as Áreas Preservação Permanente- APP, para compensar a Reserva Legal, ainda acrescentou na importância de se manter grandes preservadas para garantir a biodiversidade da região e sobretudo viabilizar os corredores ecológicos.

Soares ainda rebateu as afirmações do secretário do meio ambiente do Piauí, Dalton Macambira, que representava o governador, e o deputado Aldo Rebelo (PC do B – SP), relator da comissão da reforma do código florestal, que declararam a imprensa local que no Piauí não tinha nenhuma espécie da mata atlântica, o ambientalista que também é biólogo, ratificou que a Lei da N. 11.428/06 que reconhece o bioma da mata atlântica no Piauí, abrangendo 11 formações florestais, das quais duas estão presentes no estado, a floresta estacional decidual e floresta estacional semidecidual.

Destacou ainda que a forte de presença ipês e aroeiras no estado são características marcantes da vegetação da mata atlântica, com destaque para os municípios de Teresina e Curimatá, são conhecidas como cidades dos ipês.

Ainda durante a audiência o ambientalista Dionísio Neto, coordenador da REAPI, disse em seu discurso na Assembléia que aquela audiência é um absurdo, pois ali se encontravam políticos comprometidos e financiados pelas grandes empresas do agronegócio e da mineração, a exemplo do próprio deputado, Aldo Rebelo e Osmar Junior ambos do PC do B.

“Esses deputados se utilizam de um discurso ambiental falso para enganar a população, vale destacar que os deputados federais Aldo Rebelo e Osmar Junior, os quais foram financiados por empresas de papel celulose, os fatos podem ser conferidos na internet no site do TSE. E se oficializarem essas mudanças Código Florestal eles estarão legalizando a destruição”, disse Dionísio.

Ainda na tribuna da Assembléia Legislativa, Dionísio, denunciou o esquema do financiamento de políticos em troca de favores políticos para beneficiar as carvoarias, sobrou até para o governador do Piauí.

“É nítido o envolvimento do deputado Aldo Rebelo, outros deputados do Estado e até do próprio governador Wellington Dias, com o que denomino de máfia do carvão, pois quem financiou a última campanha eleitoral, segundo o TSE, tanto de Aldo, com R$100.000, como a de Wellington, com R$ 150.000 foi a Companhia Siderúrgica Nacional – CSN que precisa do carvão de nossas florestas.”, completou.

Assessoria REAPI