Centenas de pessoas do município de Palmeirais participaram da audiência pública, na tarde do último domingo (07), para discutir a construção da Usina Hidrelétrica de Castelhano, no Rio Parnaíba e também o Relatório de Impacto Ambiental –RIMA. Os populares e lideranças políticas do município se posicionaram contra a obra alegando grandes impactos ambientais, sociais e econômicos.
A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - Chesf está concluindo as onze audiências públicas, que estão sendo realizadas em municípios do Piauí e Maranhão, para discutir os impactos da construção das cinco usinas hidrelétricas na Bacia do Rio Parnaíba.
As audiências tem a missão de convencer as pessoas sobre a importância do projeto, e orientar sobre como elas serão indenizadas, mas a CHESF vem encontrando resistência da população a qual vem dizendo que não abandonará suas áreas. A cidade de Palmeirais foi foco da discussão, e o projeto tem causado revolta nos populares, o fato pode ser registrado durante audiência pública pela grande quantidade de faixas e bandeirolas, as mesmas traziam mensagens contra a construção.
Para o vice-presidente da Associação dos Moradores do Riacho dos Negros, Dino Silva, a construção vai afetar negativamente a vida de toda sua comunidade. Ele diz que muitas famílias vivem ali há décadas, e o relatório de impacto não condiz com a realidade. Acrescentou ainda que não concordam em serem expulsos pelo empreendimento, o qual ele afirma ser eleitoreiro, por conta da proximidade das eleições.
“Essa barragem vai tirar a gente de nossa terra, e isso é só por que ano de eleição é que esses políticos inventam de fazer obras dizendo que é beneficio pra gente. Essa energia não é pra gente. Queremos ficar aqui onde nascemos, crescemos e tiramos nosso sustento.”, disse o trabalhador.
Segundo o Relatório de Impacto Ambiental o rio deve subir 86 metros e irá alagar diversas comunidades afastadas, e também áreas urbanas (igrejas e prédios históricos), até sítios arqueológicos com diversas pinturas rupestres na região serão inundados.
Durante as falas aberta ao público, o ambientalista Dionísio Neto, coordenador da Rede Ambiental do Piauí – REAPI, se posicionou contra a instalação da barragem e convocou a população para se manifestar. Ele pediu que levantasse a mão quem fosse a favor da construção, no entanto ninguém se manifestou, e em seguida pediu para levantar a mão quem fosse contra, e todos os populares presentes levantaram a mão e gritaram justiça.
“Será que o governo vai passar por cima da vontade do povo, que é a grande maioria. E pelo que vejo tenho a certeza que esse povo vai dar seu sangue se for possível para essa construção demoníaca não sair”, enfatizou Dionísio.
Durante a audiência ainda foi contestada a navegabilidade do Rio Parnaíba, mas o projeto das cinco barragens não conta com as eclusas como foi informado pelos técnicos. Eles alegaram que terá de ser feito outro projeto para inserir eclusas, pois isso seria outro investimento ainda maior.
No próximo dia 10 de março será realizada a última audiência pública em Teresina no auditório da FIEPI.
Fonte: Asssessoria Rede Ambiental do Piauí - REAPI
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